César Vargas: o primeiro “dreamer” advogado em Nova York

Por Gazeta News

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O ativista César Vargas se tornou esse mês o primeiro advogado dreamer de Nova York, depois de uma batalha judicial de quase quatro anos pelo direito de exercer sua profissão.

Vargas, originalmente do México, recebeu sua licença no dia 3 de fevereiro, quase seis anos depois que se formou em direito na universidade da cidade de Nova York.

“É uma grande mudança para a nação e uma grande vitória, fruto do esforço de muitas pessoas”, disse Vargas, em entrevista à Univision.

Vargas seguirá os passos de Sergio Garcia e José Samperio, dois imigrantes que conseguiram a permissão para exercer como advogados na Califórnia e na Flórida, respectivamente, depois de vitórias nas cortes em 2014.

“Estou feliz que não serei o primeiro advogado indocumentado e que virão muito mais. É um ponto de partida que abre as portas a muitas pessoas”, disse.

Nos último meses, Vargas tem trabalhado para a campanha presidencial de Bernie Sanders, que o contratou em outubro como um de seus estrategistas para se aproximar dos latinos.

"Aprendi nesses quatro anos que não é necessário licença para lutar por sua comunidade e apoiar sua família. O fato de que estou trabalhando para uma campanha presidencial mostra isso", disse.

Quase quatro anos de espera

A luta de Vargas para se tornar um advogado começou em 2012, quando uma junta decidiu que seu status imigratório o desclassificava como candidato ao BAR Association do estado.

Vargas foi trazido para os EUA ilegalmente por seus pais quando tinha 5 anos de idade, mas atualmente conta com uma permissão temporária para trabalhar e permanecer nos EUA através do Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA) do presidente Barack Obama.

Vargas recorreu à decisão da junta e, em junho de 2015 uma decisão do tribunal supremo de Nova York declarou que não existia impedimento legal nem fundamento justificado para impedi-lo de exercer a advocacia em Nova York.

Depois disso, o dreamer enfrentou outro obstáculo: uma sentença de um ano de liberdade condicional que devia completar por haver interrompido o discurso do governador Chris Christie em Iowa, em janeiro de 2015 e ser culpado por interrupção.

Um juiz de Iowa negou o pedido de Vargas de terminar o período da condicional, o que impediu a possibilidade de ser admitido como advogado porque Nova York não concede licenças a candidatos em liberdade condicional. Vargas precisou esperar por um ano da sentença, que terminou esta semana. Fonte: Univision.