12 anos após ataques: 11 de setembro é marcado por homenagens e lágrimas

Por Gazeta News

September-11
[caption id="attachment_59620" align="alignleft" width="300"] Edward Delfino ao lado da mulher, Ivana.[/caption]

Mais um ano se passou e o dia 11 de setembro foi marcado por lágrimas e homenagens às vítimas dos ataques terroristas que aconteceram nessa data em 2001. O presidente Barack Obama, acompanhado de sua esposa, Michelle, e o vice-presidente Joe Biden e sua esposa, Jill, fizeram uma homenagem com minuto de silêncio no jardim da Casa Branca. Em Nova York, os nomes das 2.983 vítimas dos atentados foram lidos na tradicional cerimônia realizada anualmente há doze anos no coração de Manhattan.

Em Washington, o evento com o presidente Obama começou com o hino americano interpretado pelo coro do Brooklyn. Em seguida, às 8h46 locais, foi realizado um minuto de silêncio para lembrar o exato momento do impacto do primeiro avião contra a Torre Norte do World Trade Center.

Naquela manhã de setembro de 2001, um segundo avião controlado por terroristas se chocou contra a Torre Sul do World Trade Center; outro bateu no Pentágono e um quarto caiu na Pensilvânia depois que os passageiros brigaram com os terroristas.

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Sobrevivente foi morar na Paraíba para tentar se curar do trauma

Legenda: Edward Delfino ao lado da mulher, Ivana, em Lucena, litoral paraibano, onde resolveram viver para que ele se cure do trauma vivido no dia 11 de setembro de 2001. Foto: Bernardo Dantas/Folhapress.

Doze anos de passaram, mas Edward Delfino ainda toma remédios para depressão e tem pesadelos com frequência por causa do que passou no dia 11 de setembro de 2001. “A cada 11 de setembro eu fico em casa, no quarto, com a porta fechada e a luz apagada, porque não quero contato com ninguém nem ouvir nada sobre os atentados. Parece que sinto o mesmo medo daquele momento que não quer ficar no passado”, relatou ele à Folha de São Paulo.

Cinco anos depois dos ataques,  Edward, que estava no Wolrd Trade Center para fazer uma apresentação de um projeto de fibra ótica para uma empresa, resolveu se mudar para João Pessoa, na Paraíba, onde vivia a família de sua esposa, Ivana.

“Fui diagnosticado com estresse pós-traumático e desenvolvi síndrome do pânico. Decidi sair de Nova York. Fomos para Niagara Falls, na fronteira com o Canadá, mas as feridas continuavam em ataques de pânico”, contou ele. “Por isso decidimos mudar para o Brasil”.

Mas Edward lembra-se nitidamente do terror que passou naquele dia. Ele estava no 73º andar da torre sul quando viu muita fumaça preta saindo do outro prédio. Ele pegou o elevador e quando  chegou ao térreo, ouviu um barulho muito alto e era o segundo avião se chocando contra o prédio que ele tinha acabado de sair. “Por causa do barulho, até hoje tenho zumbido permanente em um ouvido”, conta. “Quando resolvi correr, uma pessoa caiu lá de cima bem na minha frente, a pouco mais de 20 metros”.

Edward fugia enquanto ouvia as torres desmoronando, acompanhadas de uma nuvem e poeira muito fina que ele inalou. Ele se escondeu em seu escritório na Brodway, a sul de Manhattan, e a fumaça impedia que ele e outras pessoas vissem o que acontecia nas ruas. “Estávamos presos lá e não sabíamos o que fazer”.

Somente mais tarde ele conseguiu caminhar até o norte de Manhattan, onde conseguiu pegar o metrô e ir para casa às 6pm.

“Fiquei sem sair de casa por um mês, assistindo à cobertura dos atentados na TV, em depressão profunda. Por dois anos, minha vida resumiu-se a lembrar daquele dia e visitar psicólogos e psiquiatras”, conta Edward, que foi diagnosticado com estresse pós-traumático.

Hoje ele e sua esposa vivem na praia de Fagundes, em Lucena, e ele dá aulas de inglês de graça aos moradores da cidade. “Não posso dizer que consigo ser feliz, porque não sou, mas ao menos no Brasil tenho a esperança de um dia voltar a ser”.