2015 foi um ano amargo para os indocumentados

Por Marisa Arruda Barbosa

O ano de 2015 deixa um sabor amargo para os mais de 11 milhões de indocumentados nos Estados Unidos. Começou com a esperança de legalizar temporariamente cerca de 5 milhões de indocumentados e terminou com graves contratempos: o DACA e DAPA estão paralisados nas cortes e a retórica contra a imigração está cada vez mais áspera conforme a campanha presidencial é avançada.

O ano começou cheio de promessas, centros de ajuda a imigrantes já se preparavam para inscrever as comunidades no DAPA e DACA, mas dois dias antes que a primeira parte entrasse em vigor, a batalha nas cortes começou. Agora, a esperança fica depositada na Suprema Corte, quem sabe no próximo verão.

O amargor do ano não foi só sobre os imigrantes, mas muitas vezes recaiu sobre eles. A grande crise dos refugiados devido aos conflitos na Síria fez o mundo assistir como cada país lida com milhares de desabrigados. Enquanto a Hungria e a Croácia enviaram refugiados à Áustria, a Alemanha e os alemães mostraram maior civismo ao aceitá-los e integrá-los. Quando os Estados Unidos anunciaram que irão receber 85 mil refugiados até o próximo ano, os conservadores logo começaram a declaração de oposição.

Quando aconteceram os ataques de Paris então, em 13 de novembro, em que um dos terroristas era suspeito de ser um dos milhares de refugiados que entraram pela Itália, foi um prato cheio para aqueles que já haviam se oposto à vinda dos refugiados. Vários estados declararam que não servirão de lar para essas famílias, iniciando um grande debate. O presidente Barack Obama chegou a declarar que essas pessoas estavam com medo de crianças e viúvas, que são a maioria dos refugiados.

Nem um mês após os ataques de Paris, um ataque em San Bernardino, na Califórnia, matou 14 pessoas. Os autores: um casal muçulmano cuja esposa era uma imigrante do Paquistão. Claro que o assunto, mais uma vez, recaiu sobre os imigrantes – dessa vez, muçulmanos – com propostas como a de Donald Trump, de banir a imigração de muçulmanos completamente. Talvez a mudança dos Estados Unidos em relação aos imigrantes esteja vindo somente no longo prazo. Para 2016, as únicas esperanças estão na Suprema Corte, o que não trará uma mudança permanente mesmo que as Ordens Executivas de Obama sejam aprovadas, e nas urnas. Na segunda opção, a esperança é que, mais uma vez, os latinos mostrem sua voz e que isso faça com que o Congresso veja que o eleitorado latino veio para ficar.

É importante levarmos em consideração que 8,8 milhões de residentes legais são elegíveis à cidadania e participar das eleições presidenciais na primeira terça-feira de novembro de 2016.