21 imigrantes são demitidos após manifestação nas ruas.

Por Gazeta Admininstrator

Segundo matéria do jornal "The New York Times", publicada ontem, cerca de 21 funcionários de uma fábrica de embalagem de carnes na cidade de Detroit (EUA) foram demitidos. Todos eram mexicanos e receberam a notícia após terem se ausentado do trabalho para participar das manifestações de imigrantes nas últimas semanas.

De acordo com a matéria, um porta-voz da empresa Wolverine Packing disse que os funcionários teriam sidos avisados para pedir permissão antes de faltarem ao trabalho. "Minerva Ramírez, uma mexicana que trabalhou na Wolverine durante quase seis anos, disse que eles (os manifestantes) pediram permissão."

As demissões teriam sido realizadas no dia 28 de março. Um dia depois de terem participado de uma manifestação que, de acordo a polícia local, reuniu mais de 20 mil pessoas.

Alguns milhares de imigrantes protestaram em várias cidades dos Estados Unidos desde março, quando o Senado iniciou o debate da reforma migratória.

A Câmara de Representantes aprovou em dezembro de 2005 uma lei que considera os imigrantes ilegais criminosos, impõe punições severas para quem os empregar, e destina fundos para a ampliação das cercas e muros na fronteira dos EUA com o México.

Jay Bonahoom, gerente da Wolverine Packing, disse que somente um pequeno grupo dos 350 empregado, das três fábricas da empresa na região de Detroit, teria pedido autorização para se ausentarem a fim de participarem das manifestações.Os quais teriam sido atendidos.

"Mas, se um grande número de empregados falta ao trabalho em um dia determinado, não podemos atender nossos clientes e isto coloca todos os nossos empregos em risco", acrescentou.

Edith Castillo, diretora-executiva de Latino-americanos para o Desenvolvimento Social e Econômico, uma agência de serviços sociais em Detroit, disse ao "New York Times" que conhece o episódio de outros trabalhadores que também foram demitidos em outras duas empresas pelo mesmo motivo.

Atualmente, os parlamentares tanto democratas quanto republicanos se acusam pela falta de vontade política para aprovar a reforma migratória, enquanto imigrantes realizam protestos em massa pedindo uma solução para os cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA.

O Senado americano rejeitou na semana passada um projeto que propunha a regularização de 7 milhões de estrangeiros e dividia em três grupos as pessoas ilegais, de acordo com o ano que entraram nos EUA.

Outras manifestações populares estão programadas. No dia 1º de maio um "grande boicote" deverá ser feito em 44 cidades de mais de 22 Estados dos EUA para exigir que o debate migratório leve em conta as contribuições dos imigrantes à economia nacional.