47 milhões não têm plano de saúde nos EUA

Por Gazeta Admininstrator

Por Letícia Kfuri

- Eu rezo todos os dias para não ficar doente - diz June Gammie, de 50 anos, moradora de West Palm Beach, e que tem passado toda sua vida adulta sem um seguro médico ou plano de saúde. Ela trabalha como assistente de enfermaria e recebe $21 mil por ano; muito dinheiro para qualificar-se para um auxílio do governo, mas pouco para conseguir pagar um plano de saúde particular.

Ela está entre os 47 milhões que vivem nos EUA sem assistência médica, de acordo com dados do U.S. Census Bureau, divulgados na semana passada. O número, que reflete a realidade de 2006, representa uma elevação de 2,2 milhões em relação a 2006. “Eu tento não me preocupar com isso. Eu só espero que quando eu ficar doente não me recupere, que seja algo sério e que me leve embora rápido”, diz Gammie.
Mais da metade desta elevação é resultante do cômputo de trabalhadores em tempo integral, incluindo 1,4 mlhão de famílias com renda maior do que $75 mil e cerca de 600 mil famílias com renda de 50 mil a 75 mil, de acordo com análise do National Health Program.

Crianças
Entre as pessoas sem plano médico, em todo o País, estão 8,6 milhões de crianças, um aumento de 800 mil, ou 8%, em relação a 2005. Em todo o País, quase uma entre cinco crianças com menos de 18 anos vive em condição de pobreza, e uma entre oito pessoas com menos de 65 anos, e um entre 10 adultos com 65 anos ou mais. O nível de pobreza para famílias de quatro pessoas, no ano passado, era de $20.614 e, para um indivíduo, de $10.294 de rendimento anual.

Embora a eligibilidade para assistência médica pública de tais crianças varie de estado para estado, as 6,6 milhões de crianças cobertas por tais programas públicos são de famílias entre 100% e 200% do nível de pobreza (entre $20.650 e $41.300 para uma família de quatro). Ou-tros de 29,5 milhões de crianças, a maioria vivendo abaixo da linha de pobreza, são cobertas pelo Medicaid. Estudos constataram que cerca de dois terços de todas as crianças sem plano médico são elegíveis a pelo menos um programa público.

Imigrantes menores
Para jovens e crianças abaixo de 19 anos, que não tenham seguro médico, o estado da Flórida e o governo federal oferecem assistência médica que inclui consultas, vacinação, cirurgias, exames de vista, tratamento psiquiátrico, check-ups, receitas médicas, e atendimento hospitalar e de emergência. O atendimento é oferecido dentro do programa Florida Kid Care, a um custo que varia entre $15 e $20 por família, mensalmente.
Para receber o atendimento é necessário, no entanto, que a criança seja residente legal. Os adminsitradores do programa alertam que o status legal dos pais da criança em nenhum momento é levado em consideração, nem sequer revelado a qualquer órgão oficial, a fim de evitar que pais indocumentados sejam prejudicados. Informações sobre este programa podem ser obtidas pelo telefone 1 (888) 540-5437, ou pela internet na página www.floridakidcare.org.

Imigrantes maiores
O Flórida Medicaid é um programa, em parceria com os governos estadual e federal, que proporciona cobertura médica a pessoas de baixa renda. Para ser considerado apto a pleitear o benefício do Medicaid é necessário que a pessoa esteja em condições legais no País, e demonstre não ter condições de pagar um tratamento médico. Mulheres grávidas e carentes financeiramente também podem pleitear o benefício.

Indocumentados
Na prática, afirma uma enfermeira de um hospital público de Broward, um imigrante indocumentado que busque atendimento de emergência em uma unidade federal ou estadual, acaba sendo atendido, e os custos do atendimento são incorporados às despesas públicas, bancadas com o dinheiro do contribuinte. Se tiver número de Social Security, mas não tiver condições de pagar os elevados custos, por exemplo, de uma internação ou cirurgia, terá o pagamento parcelado, de acordo com suas possibilidades financeiras.

Planos Privados
Considerando o número de 47 milhões de residentes nos EUA sem seguro médico, é fácil concluir que o custo de um plano de saúde privado não é dos mais acessíveis. O agente brasileiro Mar Ary da empresa de planos de saúde Mega Health, com escritório em Fort Lauderdale, observa que, atualmente, muitas pessoas preocupam-se com seguros de carro e de imóveis, e dei-xam de lado o patrimônio mais importante que têm, que é a vida. “75% dos casos hospitalares que acontecem são por acidentes, e qualquer prazo dilatado dentro de um hospital é caríssimo”, alerta.

Embora haja um grande número de variantes no cálculo do valor a ser pago para um plano de saúde, ele estima que uma pessoa com cerca de 20 anos e em boas condições de saúde pagaria uma mensalidade de $150, incluindo atendimento médico-hospitalar, dentário, oftalmológico, receitas e uma consulta por ano. Aos 40 anos, para ter a mesma cobertura, o valor cobrado seria a partir de $250. “Hoje em dia, o não pagamento de despesas hospitalares afeta o crédito de uma pessoa de maneira gravíssima, por isso é melhor ter um plano e prevenir do que ter que pagar despesas altíssimas de hospital”, conclui.

Flórida
Na Flórida, pela primeira vez em 20 anos, 21,2%, ou mais de um em cada cinco residentes, não tinham plano médico em 2006. Isso coloca a Flórida em quarto lugar no ranking nacional. O Texas lidera a lista com quase 25%, em comparação à media nacional de 15,8%.

Na avaliação de Stanley Pierce, diretor do Health Care District, de Palm Beach, o recente foco para impostos e seguros de imóveis na Flórida fez com que a lista de prioridades mudasse. Há uma grande preocupação na Flórida com os sem-seguro, mas há outras necessidades a serem preenchidas.

Ele observa que, desde o início, no ano passado, do programa distrital Vita Health, que permite às pessoas sem seguro pagar cerca de $50 por mês para ter cobertura, menos de 600 pessoas se inscreveram.

Atendimento em Broward

No condado de Broward, o Broward County Health Department disponibiliza serviços básicos de saúde àqueles que não têm condições financeiras de pagar atendimento privado.
Confira abaixo algumas especialidades oferecidas, e não esqueça de ligar antes para checar se você é elegível e se há necessidade de marcar hora:

• Prevenção de Câncer
(saúde feminina)
(954) 788-6140

• Clínica Dentária
(954) 786-5408

• Clínica de Hepatite
(954) 759-5456

• Clínica de Imunização
(954) 788-6140

• Gravidez
(954) 788-6140

• Tuberculose
(954) 788-6024

• Doenças Sexualmente Transmissíveis
(954) 527-8783

Atendimento a Adolescentes (Exa-mes de saúde, teste HIV, teste de gravidez, planejamento familiar) - (954) 788 6140 / (954) 985-4898/ (954) 327-6000