76% das brasileiras deportadas da Europa seriam vítimas de tráfico sexual.

Por Gazeta Admininstrator

Boa parte das brasileiras que são deportadas ou não admitidas na Europa é vítima de tráfico internacional com fins de exploração sexual. Essa análise está num estudo inédito realizado no Brasil, intitulado: "Indícios de tráfico de pessoas no universo de deportadas e não admitidas que regressam ao Brasil via o aeroporto de Guarulhos".

Cerca de 175 brasileiras participaram da pesquisa feita através de um questionários. Além do questionário outras 15 mulheres foram entrevistadas.

Do total, 76% delas não puderam entrar nos países de destino. O país que mais recusou a entrada de brasileiras foi Portugal, seguido por Itália, França, Espanha e Inglaterra.

O estudo também investigou o perfil das brasileiras que foram deportadas. A maioria era de origem humilde, recebia até três salários mínimos, tem entre 25 a 40 anos de idade e vinha dos estados de Goiás, Paraná e Minas Gerais.

Em relação à escolaridade, a pesquisa mostra que 57,7% têm ensino médio completo ou incompleto e 19,4%, ensino superior completo ou incompleto.

Em 2004, de acordo com dados da Polícia Federal, cerca de 22,5 mil brasileiros foram deportados ou não admitidos no exterior. Desse total, 15 mil retornaram ao Brasil pelo aeroporto de Guarulhos e cerca de 33% eram mulheres.

O estudo foi solicitado pela Secretaria Nacional de Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. Vários órgãos federais que atuam no aeroporto de Guarulhos colaboraram com o estudo, entre eles Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Infraero e Anvisa. As organizações não-governamentais Associação Brasileira de Defesa da Mulher (Asbrad) e Serviço da Mulher Marginalizada também participaram.

A pesquisa foi realizada entre os meses de abril e março de 2005 no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.