780 mil crianças morrerão de fome na Somália, se não receberem ajuda imediata

Por Gazeta News

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) elevou para 780 mil o número de crianças que vivem em território da Somália e correm o risco de morrer de fome, se não receberem ajuda imediata.

“Estamos falando apenas da Somália”, relatou em entrevista coletiva a porta-voz da Unicef em Genebra, Marixie Mercado, que acrescentou que o número total de crianças em situação de “desnutrição severa” na Somália, Quênia e Etiópia é de 2,3 milhões neste momento.

A ONU decretou a situação de crise de fome em duas regiões do sul da Somália, Bakool e Lower Shabelle, uma circunstância que não era observada no país desde 1992.

As Nações Unidas frisaram que se trata da “pior crise alimentar” dos últimos anos, e redobrou seus esforços para que a comunidade internacional contribua com os recursos financeiros necessários para combatê-la. A organização internacional solicitou a seus membros US$ 1,9 bilhão para ajudar à Etiópia, Quênia e Somália, mas por enquanto só recebeu menos da metade dessa quantia.

780 mil crianças podem morrer, se não receberem ajuda imediata.

“Temos um rombo de US$ 1 bilhão”, disse a subsecretária geral para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), Valerie Amos, que advertiu que a crise vai ser longa.

Neste contexto, o Unicef anunciou no dia 22 que deve iniciar um plano especial para aumentar de maneira maciça suas operações humanitárias no Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibuti e Eritreia).

“Estamos preparando nossa capacidade logística para entregar provisões de alimentos suplementares sem precedentes por toda a região”, declarou Shanelle Hall, diretora de provisões do Unicef.

Desde o início de julho, a Unicef conseguiu fazer chegar 1.300 toneladas de provisões às áreas do sul da Somália mais afetadas pela seca e o conflito armado, os causadoras desta catástrofe humana.

Mas o esforço é claramente insuficiente, visto que a previsão é que apenas 240 mil crianças serão beneficiados pela ajuda da Unicef, que estima que precisará de US$ 100 milhões até o final do ano para poder executar a operação com sucesso.