Brasileiros em Boston se preparam para “nevasca histórica” na costa leste dos EUA

Por Marisa Arruda Barbosa

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[caption id="attachment_79238" align="alignleft" width="225"] Sandra e seu marido, Idam Mendes fazem os preparativos para possível nevasca histórica.[/caption]

As calçadas já estão cheias de sal, as esquinas das ruas estão demarcadas com um bastão de ponta vermelha para os carros não subirem na calçada e os residentes de Boston (Massachusetts) já foram aconselhados a ficarem em casa.

“Sei que amanhã será dia de chocolate quente em casa e boneco de neve”, conta Alcyone Coelho. “O mais importante é se preparar para uma possível falta de luz. Hoje, depois do trabalho, irei para o supermercado comprar o que falta”, disse, na manhã de segunda-feira, Alcyonne, que vive em Nothborough, região de Boston.

Sandra Mendes, que vive em Shrewsbury (MA) há 19 anos, diz que vive a quarta grande tempestade. “Dessa vez, a grande preocupação é a falta de eletricidade, que poderá ser causada pelos fortes ventos. Estamos estocando madeiras para lareira, preparando geradores, cobrindo trailers e barcos e também comprando alguns alimentos de fácil preparo. Na última tempestade como esta, ficamos quatro dias sem eletricidade, mas alguns amigos ficaram até uma semana. O maior problema de ficar sem energia é o congelamento dos canos, que estouraram e causa inundações”. Sandra conta ainda que os postos de gasolina já estão lotados.

“Os fios de luz poderão ser congelados, por isso, precisamos comprar vela, etc”, relatou Alcyone.

 

Nevasca histórica

Além de Massachusetts, outras cidades da costa Leste dos Estados Unidos, incluindo a Filadélfia,  Nova York e seguindo até o estado do Maine, se preparam para uma nevasca possivelmente histórica, que os meteorologistas dizem que pode despejar até 90 centímetros de neve na região e prejudicar o transporte de dezenas de milhões de pessoas, de acordo com a "Reuters".

“No trabalho, já recebemos e-mail dizendo para ficarmos de sobreaviso, para não irmos”, relatou Alcyone, que trabalha no departamento jurídico de um escritório do governo do estado de Massachusetts. “No meu caso específico, eu não vou vir trabalhar de jeito nenhum. Porque dirijo 47 milhas para chegar ao trabalho. Vai estar perigoso pegar a estrada”.

O National Wheather Service (NWS) emitiu um alerta de tempestade de neve para a parte norte da Costa Leste a partir da tarde do dia 26, segunda-feira, colocando os estados de Nova Jersey até Indiana de sobreaviso e alerta para tempestades de inverno até terça-feira. Companhias aéreas cancelaram aproximadamente 1.800 voos.

"Esta pode ser a maior tempestade de neve na história desta cidade", disse o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, em entrevista coletiva na tarde de domingo, dizendo que a queda de neve pode chegar a até 90 centímetros.

De Blasio pediu aos moradores da capital financeira dos EUA e cidade mais populosa do país que fiquem fora das estradas e "se prepararem para algo pior do que já vimos até agora".

A maior precipitação registrada em Nova York ocorreu durante a tempestade de 11-12 fevereiro de 2006, com queda de 68 centímetros de neve, de acordo com o órgão municipal de gerenciamento de emergências.

O NWS qualificou o sistema que se aproxima como uma "nevasca incapacitante e possivelmente histórica", e assinalou que muitas áreas ao longo da Costa Leste deverão ficar cobertas por 30 a 60 centímetros de neve. A área de Nova York poderia ser a mais afetada, com fortes ventos e queda de neve de 76 centímetros ou mais em alguns subúrbios.

Cancelamento de voos

A Delta Air Lines anunciou que estava cancelando 600 voos por causa do alerta de nevasca para a Costa Leste. Já a United Airlines não vai liberar nenhum voo na terça-feira nos aeroportos de Nova York, Boston e Filadélfia, e vai limitar as operações a partir desta segunda-feira à noite nos aeroportos de Newark, LaGuardia e John F. Kennedy, na área de Nova York, disse uma porta-voz.

A Southwest Airlines informou no domingo à noite que iria cancelar mais de 130 dos 3.410 voos programados para esta segunda-feira devido à tempestade, um aumento em relação a seu plano anterior de cortar cerca de 20 voos.

A American Airlines ainda não havia finalizado os planos de cancelamento, mas disse esperar que "muito poucos" voos sejam afetados.

De acordo com o site que rastreia voos no país Flightaware.com, desde domingo à noite 1.792 voos haviam sido cancelados para esta segunda-feira.