85% dos manifestantes em São Paulo querem renúncia de Dilma, diz Datafolha

Por Gazeta News

[caption id="attachment_91940" align="alignleft" width="300"] Foto: Marcelo Camargo-Agência Brasil[/caption]

Os protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff levaram milhares às ruas nos 26 estados brasileiros, no Distrito Federal e em diversas cidades do exterior, entre elas Miami, no último dia 16.

A Polícia Militar estima que 790 mil pessoas em 149 cidades de todos os estados do Brasil tenham comparecido às manifestações.

Embora o protesto não tenha sido o maior do ano, a avaliação foi a de que, desta vez, a imagem da presidente Dilma Rousseff ficou colada ao desgaste enfrentado pelo PT no escândalo de corrupção da Petrobras, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Um levantamento realizado pelo Instituto Datafolha aponta que 85% dos manifestantes que participaram do protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, defendem a renúncia de Dilma Rousseff. O instituto calculou que 135 mil pessoas participaram do ato, enquanto a Polícia Militar estimou 350 mil manifestantes. Já os organizadores da marcha estimaram a presença de um milhão de pessoas no protesto.

Entre os participantes da manifestação na Paulista, 82% também responderam que Dilma deveria ser afastada após sofrer um processo de impeachment, enquanto 15% opinaram que a petista não deveria sofrer o impedimento e 2% não souberam responder.

A parcela de manifestantes que tem certeza de que Dilma será afastada do poder, contudo, fica abaixo da metade – 49% afirmam que ela realmente deixará o cargo, enquanto 44% não acreditam nessa hipótese e 7% não souberam responder.

Entre os participantes da marcha na capital paulista, o governo Dilma foi avaliado como ruim ou péssimo por 95%. Outros 4% dos entrevistados consideraram a gestão petista regular e 1% classificaram como bom ou ótimo.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados o que ocorreria em caso de impeachment de Dilma – 69% acertaram a resposta ao dizer que “Michel Temer” e “o vice-presidente” assumiriam a presidência. Entre as afirmações incorretas, 6% afirmaram que seriam realizadas novas eleições, 4% disseram que o senador Aécio Neves (PSDB) assumiria o cargo e 2% indicaram o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A tomada do poder pelo Exército foi apontada por apenas 1% dos manifestantes.

O instituto avaliou ainda a parcela de votos em uma eleição hipotética, no caso de a chapa de Dilma e Temer ser cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral. O candidato do PSDB à presidência em 2014, Aécio Neves, seria escolhido por 67% dos entrevistados.

Resposta do governo Um dia após as manifestações, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, informou que a mobilização foi vista como “um fato natural dentro da normalidade democrática” e que o governo está trabalhando para superar as dificuldades que levaram os insatisfeitos às ruas.

“O governo acredita que as medidas econômicas que, em grande parte já foram tomadas, criam condições para que Brasil retome, num curto espaço de tempo, o crescimento”, disse Edinho.