A barriga da população americana está crescendo

Por Ivani Manzo

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Recentemente, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA publicou um Relatório Nacional de Estatística de Saúde, atualizando as tendências de peso corporal, altura, circunferência da cintura e índice de massa corporal (IMC) na população dos EUA. Esta atualização usa dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES) e enfoca principalmente as tendências de 1999 a 2000 até 2015-2016. Este relatório examinou aproximadamente 45 mil adultos com mais de 20 anos de idade, a partir das medidas de peso, circunferência abdominal, altura e IMC (fonte: http://bit.ly/2WjyVKz). Dentre todas essas medidas, a única que pode ser analisada individualmente, ou seja, o resultado de um indivíduo pode ser levado em conta, é a medida da circunferência abdominal. Os demais são índices populacionais, o que significa que mostram o que ocorre em uma população e não deveriam ser levados em conta para a análise de uma só pessoa. A medida da circunferência abdominal retrata o risco cardiovascular e isso é muito importante. Essa medida aumentou de 99,1 cm para 102,2 cm nos homens e de 92,2 cm para 98cm nas mulheres. Não posso deixar de fazer a observação que a barriguinha que muitas pessoas acham que é feio, não pode ser vista como estética. A barriguinha é perigosa, esse é o adjetivo correto para ela. E existem dois tipos de barriga, a dura e a mole. Estou falando sério. A barriga dura, mas comum nos homens, significa que a gordura está atrás dos músculos, ou seja, mais próximo das vísceras e o coração é uma delas. Na barriga mais molinha, a gordura também está muito próxima, perigosamente próxima do coração. É por isso que a gordura abdominal é uma das formas que os cientistas usam para entender o risco coronariano de uma população e de uma pessoa também. Esse índice não é um diagnóstico, é um cálculo de risco. Deve ser usado como alerta e prevenção. Os vilões para essa barriga são vários, mas os principais podem ser listados sem ordem de periculosidade. Sedentarismo, alta ingestão de carboidratos de alto índice glicêmico, ingestão exagerada de gorduras, ingestão de produtos industrializados, principalmente, bebidas. Isso quer dizer que combater o risco cardiovascular é muito simples, mas não é fácil. Isso porque as pessoas não sentem dor. Isso mesmo dor. Hipertensão não dói, obesidade não dói, diabetes não dói e sedentarismo não dói. Quase lamento essas enfermidades não causarem dor. Caso provocassem dor, eu particularmente acredito que muitas pessoas iriam mudar os hábitos de vida e de alimentação.