A felicidade nos tempos modernos

Por Gazeta Admininstrator

Um casamento feliz não precisa de filhos. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo Instituto Pew Research Center, nos Estados Unidos. De acordo com o levantamento, feito junto a 2.000 pessoas, ter filhos caiu da terceira para a oitava colocação de preferências.

Os dados foram comparados com pesquisa idêntica feita em 1990. Naquele ano, 65% dos entrevistados disseram que filhos eram muito importantes para o sucesso do casamento. Hoje, apenas 41% pensam dessa forma. Fidelidade, uma boa vida sexual e compartilhar tarefas domésticas são ,hoje, nesta ordem, as três maiores prioridades no casamento.

Salário e moradia, comunhão de crenças religiosas, gostos e inte-resses comuns também foram considerados mais importantes do que filhos. Segundo os autores da pesquisa, “satisfação pessoal” tornou-se a grande prioridade em um casamento. Em 2007, os pais preferem viver separados do que continuar em um relacionamento insatisfatório, dizem os pesquisadores.
Entretanto, apesar de serem conside-rados menos essenciais para o sucesso do casamento, os filhos continuam sendo apontados pelos americanos como a maior fonte de satisfação pessoal em suas vidas. Os pesquisadores interpretaram essa revelação como um sinal de que as crianças não são mais vistas como o fator que sustenta ou mantém o casamento.

Mãe solteira
Apesar de o fenômeno social da chamada “mãe solteira” ser, hoje, muito mais comum do que nunca, a opinião pública em torno deste tema continua sendo muito negativa. Ao todo, 71% dos pesquisados acreditam que os filhos de mães solteiras são “um grande problema”, e 66% entendem que são um fenômeno “ruim para a sociedade”.
Mais de 69% acreditam que um filho tem necessidade de pai e mãe para crescer feliz. Embora as mães solteiras continuem tendo má reputação, a pesquisa mostra que a opinião pública sobre o divórcio mudou, e agora a sociedade o tolera mais.

“No passado, em dois terços dos casos a mãe estava verdadeiramente solteira e não tinha nenhum homem em sua vida, enquanto, hoje em dia, a metadoedas mulheres que têm um filho fora do casamento vivem com um homem”, observa Paul Taylo, vice-presidente da Pew Research Center.
A pesquisa mostra ainda que, apesar das estatísticas revelarem que os hispânicos e negros não têm mais probabilidades que os brancos de ter filhos fora do matrimônio, ambas as minorias valoriza mais os filhos como elemento-chave de um casamento feliz.

De acordo com o estudo, mais de 80% dos adultos de etnia branca já foram casados alguma vez (ou são), em comparação com 70% dos hispânicos e 54% dos negros.

Os negros tendem mais do que os brancos e hispânicos a considerar o sexo antes do matrimônio como sempre, ou quase sempre, moralmente errado.
Outra grande mudança de comportamento observada no trabalho é que, no passado, as mães adolescentes solteiras pertencentes às minorias eram responsáveis pela maioria dos nascimentos fora do casamento, enquanto, hoje em dia, eles são atribuídos, principalmente, a mulheres brancas entre vinte e trinta anos.

O estudo mostra ainda que o percentual de nascimentos através de mulheres brancas e solteiras aumentou de 2,3% em 1960 para 35,8% em 2004.

Casamento gay
A resistência às uniões entre pessoas do mesmo sexo é grande, de acordo com a pesquisa. Entre os pesquisados, 57% se opõem à legalização do casamento homossexual, 50% acreditam que a união homossexual é ruim para a sociedade (que gays e lésbicas criem crianças), e 11% acreditam ser bom, 34% se mostraram indiferentes ao assunto.

Virgindade
Outra pesquisa realizada pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, entre mais de 6.000 pessoas, mostra que apenas 4% dos adultos americanos são virgens, e um quinto deles já experimentou drogas pesadas como cocaína e crack.

O que mais preocupa os pesquisadores é a idade jovem em que eles começam.
“Ainda temos um problema de saúde pública, pelo fato de que muitos adultos relatam que sua iniciação sexual se deu em idade bastante precoce”, disse a Dra. Kathryn Porter, do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde.

Risco
“Essa é uma razão de preocupação, porque comportamentos sexuais de risco podem resultar em doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e gravidezes indesejadas”, disse ela em entrevista telefônica.
De acordo com o estudo, 96% dos adultos americanos já praticaram alguma atividade sexual até os 20 anos, incluindo sexo oral e anal.
Porter disse que os resultados não causaram surpresa, mas que o que os pesquisadores já sabem é preocupante.

“Entre os negros não hispânicos, 28% relataram ter tido sua primeira experiência sexual antes dos 15 anos de idade”, disse ela. No caso dos brancos, a porcentagem era de 14%.

Brasileiros
Os brasileiros estão entre os que perdem a virgindade mais cedo, segundo uma pesquisa feita em 26 países com 26 mil entrevistados.

O país ocupa a segunda posição, atrás apenas da Áustria.

O estudo encomendado pela fabricante de preservativos Durex Network revelou que os brasileiros perdem a virgindade com idade média de 17,4 anos. Entre os austríacos, a média é de 17,3 anos.

Segundo a pesquisa The Face of Global Sex 2007 - First sex: an opportunity of a lifetime (Primeira relação sexual: uma oportunidade para toda a vida), o Brasil foi ainda o sétimo colocado no uso de preservativos na primeira relação sexual, com 47,9%.

Neste quesito, o país campeão foi a Polônia, onde 63,2% dos entrevistados disseram ter usado preservativos quando perderam a virgindade.
Entre as mulheres brasileiras, 49,1% afirmaram ter usado camisinha na primeira relação, ante 39,1% dos homens.

Enquanto nas classes mais baixas 43,2% dos entrevistados disseram ter usado preservativos na primeira relação sexual, essa taxa caiu para 36,5% nas classes A e B.

O estudo revelou ainda que 58,4% das brasileiras perderam a virgindade com um parceiro estável. Entre os homens, esse percentual foi de apenas 18,9%.

Felicidade
Outra mudança importante observada na sociedade norte-americana, mostrada pelo estudo, é que a maioria dos pesquisados acredita que os principais propósitos do casamento são a felicidade e a gratificação pessoal dos adultos, e não a criação dos filhos.
“Os norte-americanos de todas as idades reconhecem que houve uma clara debilitação da relação entre casamento e paternidade”, afirma o texto da pesquisa.
O trabalho ressalta o elevado percentual de nascimentos fora do casamento, ocorridos nos EUA, e o elevado número de casais que vivem juntos sem estar casados.
As crianças que nasceram em 2005 são filhas de mães solteiras em 37% dos casos, em comparação a apenas 5% em 1960.
Outro dado observado na pesquisa é que quase a metade dos adultos entre os 30 e os 40 anos viveu com seu compa-nheiro, em algum momento de sua vida, sem estar casado.