A imagem do talento brasileiro.

Por Gazeta Admininstrator

Durante os primeiros anos de carreira Ricardo Serpa ocupou a posição dos sonhos de muitos brasileiros. Era analista financeiro em uma multinacional na cidade do Rio de Janeiro, tinha uma vida confortável e um futuro, muito provavelmente, estável pela frente. Formado em Administração de Empresas e Finanças, do dia para a noite, ele decidiu deixar tudo de lado e dedicar-se à sua paixão: a fotografia.

Hoje ele tem obras expostas na Austrália, Alemanha e Inglaterra, e convites para expor na França. Seus trabalhos foram premiados no Brasil, Alemanha e Austrália. Neto do artista plástico Ruy Albuquerque, que foi aluno de Portinari, ele sempre teve uma forte influência artística em sua criação. Com quase 30 anos Serpa sofreu um grave acidente de carro que o fez reformular suas metas, e decidiu arriscar uma nova profissão. “Eu pensei que ía morrer. Se eu estivesse morrendo como fotojornalista, pelo menos teria valido à pena. Quando voltei para o Brasil pedi demissão. Eu queria conhecer mais a realidade do mundo, e interferir nessa realidade. E aí tive a maior escola de foto e de vida que eu poderia ter. Fui trabalhar no jornal carioca Jornal do Brasil”, orgulha-se.

De 1994 a 2000 Serpa trabalhou em seu próprio estúdio no Rio de Janeiro, chamado Futura Imagem, e foi um dos pioneiros em fotografia digital no Brasil. “Comecei a ver que o Brasil estava entrando em um caminho estranho, a política com a elite estragada, míope. E o Maluf na TV dizendo que não roubou. Entendi que você não muda o país. Tenho quatro filhos e não queria que meus filhos crescessem lá. Eu me sentia mal, era quase mal físico”, conta.

Acervo
Em 2000 Serpa veio para os Estados Unidos fazer um curso de foto digital no Rochester Institute of Technology. De lá para cá, desenvolveu um amplo acervo de fotos em preto e branco e cor que fazem um passeio por uma variedade de estilos, incluindo paisagens, publicidade e abstrato, além do fotojornalismo, documentário e crítica social desenvolvidos no Brasil.

Fotos roubadas
Unindo a sensiblidade jornalística com a experiência de fotografia publicitária, Serpa desenvolve atualmente um trabalho de fotografia jornalística para pessoas, festas e eventos. É algo como ter um “paparazzi” em sua festa ou férias. “Eu faço uma cobertura jornalística. É como “roubar” as fotos, mas com o consentimento do cliente. Isso é uma coisa que não se faz aqui. O flagrante dá espontaneidade às fotos, e é disso que as pessoas gostam”, conclui Serpa.