A legalização e o ?boom? que virá

Por Gazeta Admininstrator

Enquanto o processo de discussão e aprovação da reforma imigratória segue sua “via crucis” no Congresso dos Estados Unidos, cresce o consenso de que esta nova legislação tem enormes chances de ser aprovada, ainda que com as tradicionais emendas inseridas por aqueles parlamentares que têm “contas a prestar” sejam aos sindicatos, sejam aos que são anti-imigrante.
E justamente por acreditar que a reforma virá é que nos debruçamos sobre o que muitos pensarão e piuquíssimos colocarão em prática: um plano para aproveitar as oportunidades que serão trazidas pelo “boom pós-legalização”.
A economia da comunidade brasileira nos Estados Unidos já pode ser comparada (somando a população brasileira em todo o país) a o de uma cidade brasileira de grande porte, como Goiânia ou Curitiba, ambas com populações em torno de 1,5 milhão de habitantes. A renda per-capta dessa comunidade, se pudesse ser estimada agora, estaria girando em torno de 20 a 25 mil dólares anuais, o triplo da renda per capta do Brasil e o dobro das cidades brasileiras citadas como parâmetro.
Só que essa “economia” está reprimida. Em “compasso de espera”.
At;e mais ou menos um ano atrás, os investimentos da comunidade brasileira em áreas como habitação, seguros de todos os tipos, novos veíoculos, melhorias em suas casas e até mesmo em férias, estavam de vento em popa. Raras eram as empresas dedicadas ao mercado brasileiros que não estavam em fase de crescimento acelerado.
O mercado publicitário, que é um dos mais precisos “termômetros” da atividade comercial, registrava entre julkho de 2005 e julho de 2006, o melhor período de faturamento de toda a história dos jornais, revistas, programações de TV e outras mídias.
O consumo de bens e serviços era muito grande e o otimismo praticamente imparável.
Havia a euforia de que a Anistia imigratória viria. Não veio. Ao contrário, o endurecimento das restrições e em seguida as perseguições e deportações em massa, geram um “baixo astral” que só agora começa a ser dissipado.
O que ocorreu? Retração nesses investimentos.
A “crise”, que na verdade é muito mais de estado de espírito do que propriamente uma rcessão profunda, entrou no linguajar do dia-a-dia dos brasileiros.
Como num efeito “dominó”, só se falava em “foreclosure”, “bankrupcy”, “volta pro Brasil”, embora, de fato, todos esses alarmismos funcionassem apenas para alimentar a fofocalândia. De fato mesmo, a saúde econômica da comunidade não estava e nem está mais abalada do que a saúde econômica da América como um todo.
Ou seja, o “bicho” nunca foi feio como os terroristas emocionais propagavam.
Agora retorna uma certa euforia, contida e típica de “gato escaldado” que tem medo até de “água fria”.
Imaginemos que finalmente a reforma permitirá a que mais de 1 milhão de brasileiros se legalizem nos Estados Unidos.
Você já parou para pensar no impacto econômico que sse fato irá gerar?
O primeiro e mais importante fator é a criação de um novo estado de ânimo, oposto à “Síndrome da Transitoriedade”. Essa “Síndrome’ típica em 90% dos brasileiros que estão nos Estados Unidos, é o nome que se dá ao permanente estado de “vim aqui só para passar uma chuva” ou como diz aquele sábio comercial da TV, “Afinal, não foi para ganhar dinheiro que viemos para cá?”.
Cada vez um número maior, substancialmente maior, de brasileiros e suas famílias que residem nos Estados Unidos, mesmo há menos de 5 ou até 3 anos, pensa de forma inequívoca em “ficar”. Por “ficar” entenda-se ficar por longos períodos, só imaginando um retorno, se ele ocorrer, já na aposentadoria, depois de deixar filhos e eventualmente netos, com “a vida resolvida”.
Com a legalidade, calcula-se que a comunidade brasileira deverá injetar milhões de dólares em curtíssimo prazo em bens e serviços diversos. Da compra de imóveis à educação. Novos veículos, roupas, mais consumo de produtos brasileiros, sejam alimentos ou CDs e DVDs. Muitos brasileiros que hoje economizam cada penny possível levandodo uma anti-vida de privações, por não ter a perspectiva da legalidade, irão certamente mudar a divisão do “bolo” do dinheiro ganho nesta terra. Hoje, o operariado brasileiro nos Estados Unidos remete para o Brasil até 75% do que ganha aqui. Esses números podem se modificar dramáticamente.
Quem estiver analisando essas oportunidades e estiver preparado para o que estiver por acontecer, pode obter grandes vantagens.
Acredito piamente que a legalização prohetará a comunidade brasileira para um patamar ainda mais visível e positivo do que já temos em estados como a Flórida, New York, Massachusetts, New Jersey, Connecticut e Califórnia.
Uma das expressões mais fortes da democracia é a capacidade geradora de mudanças a partir do poderio econômico. Hoje, a economia contida da comunidade brasileira não tem nenhuma relevância econômica mais eloquente, nem mesmo em cidades como Pompano Beach e Deerfiel Beach, onde oficialmente correspondemos a cerca de 15 a 20% da população.
Exercendo um maior poder de consumo e de geração de riquezas nas comunidades onde nós, brasileiros, atuamos, teremos certamente à nossa frente, portas abertas inclusive para a sonhada representação política.
Vamos torcer para que a legalização venha logo e que esse inevitável processo de revitalização e crescimento econômico da nossa comunidade, nos permita avançar dentro do mosaico étnico e cultural norte-americano.