ABC exibe vídeo de brasileiro sendo induzido a confessar crime.

Por Gazeta Admininstrator

A rede de TV ABC levou ao ar na noite de quinta-feira(30) uma reconstituição do caso do brasileiro Roberto Rocha, filho de um pastor radicado nos EUA, que tornou-se, por incompetência da polícia, suspeito do assassinato de uma menina de 15 anos, em 2002, na Georgia.

O brasileiro passou a ser suspeito porque era aluno da mesma escola que a jovem, e seu telefone estava registrado no celular da vítima. Ele apresentou-se à polícia voluntariamente, e tinha um álibi perfeito: estava no Brasil no dia em que a menor foi morta. A rede ABC conseguiu a cópia da gravação do interrogatório, no qual a polícia insiste em que ele é o assassino, afirmando que haveriam três testemunhas, e ameaçando-o.

De acordo com o advogado do brasileiro, Brian Steel, seu cliente tem um quociente de inteligência baixo, semelhante ao de um menino de 12 anos. Como foi orientado pelo advogado a cooperar o brasileiro, confuso e cansado, acabou confessando o que não fez.

No entanto, os detalhes que contou não correspondem aos fatos. A polícia colocou palavras na bocado rapaz, e o induziu a contar detalhes que ignorava. Nas fitas mostradas pela TV ABC, Roberto diz, por exemplo, que no dia da morte da jovem o clima estava frio, embora fosse verão nos EUA. Também diz ter lembrado de árvores, embora não haja árvores na área.

O pai do rapaz, Roberto Rocha, apresentou à polícia todos os documentos comprovando que o filho estava no Brasil, incluindo passaporte carimbado, bilhetes aéreos, fotos, testemunhas e até um raio-x tirado por seu dentista no Brasil, em consulta feita durante a viagem, no dia 2 de junho de 2002.

A polícia, porém, achou que o álibi era inconvincente. Mesmo assim, revendo a gravação, os policiais notaram as inconsistências. Ele foi liberado da prisão e mantido em prisão domiciliar. Somente 15 meses após a morte da jovem, o brasileiro foi liberado.

A menor de 15 anos, na verdade, foi assassinada por um norte-americano, a última pessoa vista coma ela antes da morte. Ele foi condenado por estupro e assassinato em dezembro do ano passado.