Abrindo um negócio nos Estados Unidos - Negócios & Empresas

Por Marcelo Mello

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Por Marcelo Mello*

O brasileiro se considera empreendedor. De fato é. Ainda que de um jeito meio esquisito e afobado, mas não deixa de ser verdade. Como tudo na vida, os atalhos até existem, mas normalmente contêm armadilhas. Dia desses, na primeira reunião com um possível futuro cliente, perguntei de modo bem objetivo, como sempre faço:

- A partir de hoje, em quanto tempo imagina fazer sua primeira venda?

- Em sessenta dias – foi a resposta.

Preciso dizer que seria – e foi:

– Impossível? Pois é...

Onde quero chegar com isso? Numa dica simples que uso há anos, seja em meu trabalho como consultor de negócios, seja como coach:

Pressa nada tem a ver com velocidade! Fazer as coisas apressadamente é muito errado quando se trata de... negócios. Na verdade, em todas as áreas da vida, mas esta coluna é sobre business. E só para constar nos autos, a empresa do potencial cliente demandaria visitas do órgão equivalente à vigilância sanitária, licenças operacionais e mais uma porção de coisas. Sessenta dias nem se fosse no Brasil, onde boa fatia dos empreendimentos opera na irregularidade, para não dizer clandestinidade.

Aqui, nos Estados Unidos a “pegada” é outra. Sem as devidas aprovações, você não deve nem tentar abrir as portas. As leis, além de severas, são aplicadas. Esse imediatismo faz parte do modo de vida do brasileiro, não do americano. Deve ser deixado lá e não trazido na mala. Por aqui, as coisas acontecem no tempo certo, longe de ser o paraíso, mas funcionam melhor.

Abre-se uma empresa rapidamente, as obras são tocadas seguindo à risca os prazos e orçamentos, fornecedores se empenham em lhe atender bem, afinal de contas, vivem disso. Em outras palavras, o profissionalismo  existe, é aplicado e mais, a produtividade se faz presente em todos os segmentos. Os contratos são cumpridos.

Invista seu tempo, o tempo necessário, na elaboração de um projeto consistente, porque a execução, via de regra, é feita com muita agilidade, embora sem atropelos. Em seu Business Plan faça constar o maior número de itens. O que quero dizer é: procure pensar em tudo e tente antever as variáveis que podem atrapalhar o bom andamento de sua iniciativa.

Estamos falando de investimento e com isso não se brinca. Mantenha o foco e esqueça a pressa. Ela é inimiga da perfeição. É clichê, mas vale cada letra em se tratando de  empreender. Até porque, se não fosse útil, não seria clichê.

Um bom planejamento, uma boa conversa com especialistas no mercado americano, vão ajudá-lo a colocar tudo nos eixos a fim de efetivamente realizar o que sonhou. Prazos são extremamente importantes, mas eles têm que ser seus aliados e servem para que você se mexa, não para que atropele suas ideias.