Abuso Sexual Infantil – Desmistificando e pondo um fim ao silêncio

Por Karina Lapa

abuso

Pais e mães, acordem, e fiquem atentos aos sinais do abuso sexual. Todos os dias escutamos mais e mais casos acerca de abuso sexual contra as crianças. A cada ano, mais de 213,000 casos de abuso são reportados. 80,000 destes casos são contra as nossas crianças. No entanto, existe uma outras dezenas de milhares de casos que não foram, e nem serão reportados, ou porque a criança tem medo de falar, ou porque nem sabe que abuso é algo sério - é crime -, e que não acontece na vida de todo o mundo, ou por ignorância dos pais quanto ao tema, que não sabem o que fazer com isso, ou até por medo das consequências legais, sociais, financeiras e com a própria família. Ainda há até os que nem sequer sabem que se pode reportar, e pra quem.

Nenhuma criança está preparada psicologicamente para lidar com estimulação sexual repetida de um adulto, ou até mesmo de outra criança sobre ela. Até mesmo uma criança de menor idade poderá desenvolver problemas psicológicos graves ao longo da vida, pela incapacidade de lidar com esse estimulo sexual precoce.

De acordo com os centros de pesquisa, tratamento e controle de abuso sexual, como o RAINN – Rape, Abuse and Incest National Network, 44% dos casos de abuso ocorrem entre 1 aos 18 anos de idade. Aproximadamente, 2/3 dos abusos são cometidos por pessoas da família, amigos ou vizinhos, ou seja, 38% dos predadores são pessoas que conhecem e que têm fácil acesso às crianças. A cada 2 minutos, alguém é abusado nos Estados Unidos. Se esses números não te deixam alarmados, há algo errado com você!

Infelizmente, abuso sexual acontece de formas variadas desde o estupro, a violência sexual, assédio, incesto, perseguição sexual, abuso sexual infantil, moléstia, estupro por namorado, marido, noivo, ou amigo, estupro envolvendo consumo de drogas ou álcool, e por aí vai.

Em crianças, o número mais prevalente de abuso sexual envolvem incesto, onde uma pessoa ligada à criança por laços de sangue, ou que mora na casa da criança, e que a criança tem alguma relação emocional é o predador. A relação de comportamenos e atitudes inapropriadas que são consideradas abusivas vão desde o toque, a masturbação, exibicionismo, exposição de material pornográfico, prostituição, sexo oral, anal ou até mesmo a penetração vaginal existem. Às vezes a criança é abusada uma única vez, ou o abuso se perpetua, e escala, com o passar do tempo. Principalmente se o abusador é um membro da família.

Preste atenção aos sinais físicos e psicológicos que a criança apresenta, mesmo que ela não reporte o abuso, do tipo:

Dificuldade em andar ou sentar;

Roupa íntima com manchas de sangue ou com corrimento, dor, incômodo, inchaço na área genital;

Infecção urinária, ou doença sexualmente transmissível;

Gravidez em meninas, especialmente em menores de 14 anos de idade.

Conhecimento inapropriado sobre sexo

Pesadelos ou terror noturno

Enuresis (Urinar na cama) à noite

Pensamentos suicida

Super preocupação com os irmãos mais novos;

Sintomas de PTSD (Post traumatic stress syndrome) e Séndrome de trauma por estupro

Depressão;

Rejeição a determinadas pessoas;

Mudança em hábitos alimentar, e de sono;

Medos;

Sentimento de culpa, entre vários outros.

Se a sua criança exibe estes ou qualquer outro sintoma, ou comportamento que te faça suspeitar de abuso, acolha, apoie, ajude, e aja de imediato. Não confronte, julgue, pergunte “por que?”, brigue ou espanque seu filho/filha, e nem tampouco o predador. Procure ajuda profissional, e reporte ao Abuse Hotline, através do telefone 1-800 -96-ABUSE (1-800-961-1873). As denúncias são anônimas, e a ajuda será oferecida à vítima e a sua família, independentemente do status imigratório.

Abuso é coisa séria, é preciso ser tratado como uma erva daninha, para que possa ser arrancado de vez da sua vida, e da sua família.