Adolescente brasileira que foi presa na fronteira e levada a abrigo é liberada
Por Gazeta News
Uma brasileira de 17 anos que ficou presa em um centro de imigrantes indocumentados nos Estados Unidos por duas semanas foi liberada. Conforme relatado por sua família, Natália Koenig Neto estava retida em Chicago e foi liberada na sexta-feira (dia 30). Quem a buscou foi seu tio, Luis Felipe Neto, que vive no Texas. Agora, a adolescente ficará na casa de seu tio, em Houston, até o momento de sua deportação voluntária, mas sua família não soube explicar quanto tempo esse processo deve demorar. A deportação voluntária ocorre quando o Itamaraty faz um acordo com o governo do país onde o imigrante está retido. A pessoa assume as despesas da viagem e é liberada a voltar a seu país de origem, de acordo com o professor de Direito Internacional Fabrício Pontim. Em nota, o Itamaraty informou ao G1 que acompanhou o caso, mas não podia passar informações a respeito. "O Ministério das Relações Exteriores acompanha o caso e presta assistência consular cabível. Em atendimento ao direito à privacidade dos envolvidos, bem como à Lei de Acesso à Informação e ao decreto 7.724, o Itamaraty não pode fornecer informações adicionais sobre o assunto".
O caso
De acordo com o pai de Natália, Marcelo Neto, a adolescente estava desde fevereiro no Texas na casa do irmão dele. No dia 15 de agosto, ela e os tios passaram o dia no México. Na volta para casa, a menina foi retida na fronteira com os Estados Unidos. “Nunca mais dormimos na nossa vida”, disse o Marcelo, que é de Cachoriera do Sul (RS), ao G1. “Eu nem sabia que eles iam para o México. Naquele dia a gente não conversou. Só foi aquela surpresa quando tocou o WhatsApp”, relatou Marcelo. “Estava meu irmão, minha filha e a minha cunhada lá, numa situação quase se despedindo. Eu vi a minha filha chorando.” Marcelo ainda disse que a filha passava férias desde o dia 23 de fevereiro e que, quando deu entrada no país americano, recebeu visto de permanência de turista com validade de seis meses. A família, que acompanhou tudo no Brasil através de uma chamada de vídeo pelo celular, afirmou que não recebeu nenhum documento do governo americano que explique a retenção. “Não tinha nenhum documento, nenhuma razão nem nada. Ela não podia chegar perto do aparelho [celular]. Meu irmão não podia mais chegar perto dela. Levaram ela para uma sala, colocaram ela para preencher alguns formulários, sem acompanhamento de um adulto, sem nada. O adulto que tinha ali era o agente. Isso foi tudo contado pelo meu irmão. Não tem nada oficial do governo norte-americano”. De acordo com o pai, no primeiro mês nos Estados Unidos, a jovem chegou a estudar. Natália fez aulas numa escola americana por cerca de quatro semanas. “Fala-se que ela estudou com visto de turista. Só que eles nem sabiam se ela estudou ou não. Só se apertaram a menina lá dentro e ela botou que era estudante. E pronto, ‘foi esse o motivo de você estar aqui’, mas pode ser qualquer motivo”. Marcelo diz que não recebeu nenhum documento explicando o por quê da prisão. Quase 48 horas depois de ter impedida de cruzar a fronteira, Natália pôde fazer contato com os pais no Rio Grande do Sul. No telefonema, eles descobriram que ela havia sido levada para o centro de imigrantes em Chicago, a mais de 2 mil km da fronteira com o México. Com informações do G1.