Adolescentes ‘apátridas’ lutam para sobreviver nas ruas britânicas

Por Gazeta News

adolescentes

Uma multidão de adolescentes apátridas está vivendo nas ruas de cidades britânicas como Londres e Birmingham. O tema foi abordado em documentário produzido pela “BBC”. Esses menores chegaram ao país ilegalmente com os pais ou nasceram na Grã-Bretanha, mas nunca foram incluídos nos registros oficiais (filhos de imigrantes não-documentados não têm direito à nacionalidade britânica).

Eles terminaram nas ruas por diferentes motivos. Porque brigaram com os pais ou porque fugiram de abusos sofridos em casa nas mãos de familiares ou “tutores”, por exemplo.

Como estão no país em situação irregular, têm mais dificuldade em conseguir abrigo em instituições oficiais ou acessar serviços básicos. Alguns terminam até se prostituindo. Não há registros oficiais sobre esses menores, mas ONGs que prestam serviços a imigrantes ou a crianças e adolescentes vêm chamando atenção para o problema - entre elas a Asylum Aid, o Coram Children’s Legal Centre e o Safe’n’Sound Youth Project, de Peckham, no sul de Londres. “Até o momento já fomos abordados por pelo menos 600 jovens nessa situação”, conta Janiffer Blake, da Safe’n’Sound, para quem o problema têm crescido num ritmo “alarmante”.

Segundo a “BBC”, ONGs notaram a existência desses adolescentes apátridas em pelo menos nove cidades britânicas - Leeds, Coventry, Nottingham, Newcastle, Liverpool, Oxford e Cardiff, além de Londres e Birmingham.

Segundo estimativas do Centro de Estudos sobre Migração, Política e Sociedade da Universidade de Oxford, há 120 mil crianças vivendo na Grã-Bretanha sem documentos. Em Londres, cerca de 10% das crianças estariam em situação irregular.

Parte dessas crianças têm documentos de seus países de origem (em geral o caso dos brasileiros). Mas também há muitas que não estão registradas em nenhuma parte.

“Independentemente do status imigratório dessas crianças e adolescentes, se elas estão na Grã-Bretanha, as autoridades locais têm o dever legal de lhes proporcionar apoio e abrigo. E isso não está acontecendo em muitos casos”, afirma Kamena Dorling, do Coram Children’s Legal Centre.