Adriana Nogueira: Como criar crianças boas

Por Adriana Tanese Nogueira

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De acordo com psicólogos de Harvard, pais que criam crianças “boas” fazem estas 5 coisas:

1. Passam tempo com seus filhos; 2. Falam com eles; 3. Mostram a seus filhos como resolver problemas sem se estressar com o resultado; 4. Mostram gratidão aos filhos regularmente; 5. Ensinam seus filhos a expandirem a visão.

Acredito que não precisemos de pesquisas científicas para concordar com cada um desses pontos. E vamos especificar cada um deles.

Passar tempo com um filho significa interagir com ele, ou seja, se relacionar com ele. Relação é uma via de mão dupla: você está com ele e ele com você, sem celulares e tablets entre vocês. Significa prestar atenção nele, focar e se abrir para ele. Para passar tempo com seu filho, você precisa estar emocionalmente disponível. Não adianta estar fisicamente presente se sua cabeça está em outro lugar ou se suas emoções estão num emaranhado interior que não deixa espaço para mais nada e você não consegue compartilhar a alegria ou a tristeza que seu filho está sentindo.

E aqui passamos para o segundo ponto: é comum ouvir os pais dizerem que seus filhos são “a coisa mais importante de suas vidas”. Será que seus filhos sabem? Ter falado não é suficiente. A criança – aliás, todos nós! – precisa sentir, viver na pele essa afirmação. Então mostre para seu filho que ele é importante. Como? Dando importância ao que seu filho é, precisa, diz, sente, busca, sonha, teme. Observe, acolha, escute – de cabeça e coração abertos. Controle seus pré-conceitos, suas preferências e seus humores. Comunique-se com ele de uma forma clara, honesta e sincera. Não precisa tratá-lo como alguém de limitada capacidade mental: crianças entendem muito mais do que pensamos. Use palavras simples, mas fale de verdade com seu filho.

Portanto, ajude-o a resolver seus problemas. Desde as tarefas de escola até os conflitos com os amigos, seja parceiro e guia sem projetar sobre seu filho suas próprias inseguranças. Estressamos os filhos, quando jogamos para cima deles nosso estresse, aquele do trabalho, da vida, do casamento, dos nossos próprios medos. É preciso confiar nas crianças, inclusive que elas poderão fazer bem melhor do que nós na vida. Quem sabe? Não é isso que todo pai e mãe deseja? Todos os dias temos a oportunidade de dar a elas esse crédito.

E aqui chegamos ao quarto ponto: gratidão para com nossos filhos. Gratidão pelo quê? Por existirem! Por serem um pedaço de nós, mais do que nós que nos ensinam a sermos pessoas melhores, nos dão limites, objetivos, força, determinação, foco, paciência, inteligência, desafio. Acredito firmemente que nossos filhos são nossos companheiros de viagem. Iniciamos sendo “donos absolutos” deles na primeiríssima infância e aos poucos vamos deixando espaço para o desenvolvimento de sua independência física e depois daquela emocional e intelectual. Fazendo direito esse trabalho, seremos mestres que formam mestres. Criaremos relações gratificantes, amorosa e mutuamente enriquecedoras que durarão pelo resto da vida.

E assim ajudamos um filho a expandir sua visão: porque nós mesmos estamos num processo contínuo de expansão da visão! Isso significa estar em movimento, Não, não físico! Movimento da consciência: do dar-se conta, do aprender, questionar, mudar de ideia, de ângulo de visão, de perspectiva. Conhecer coisas novas, venturar-se em novas experiências, desafiar nossa identidade antiga empreendendo novos caminhos. Saber mudar de vida. Crescemos como pessoa em qualquer idade. Pais e mães podem mostrar a seus filhos como é possível se questionar sem perder a autoestima e o respeito.

“No final, a mais importante chave do sucesso de uma criança é o envolvimento positivo e constante de seus pais.” (Jane D. Hull)