Adriana Nogueira: O que é inteligência emocional

Por Adriana Tanese Nogueira

Inteligência emocional é “a capacidade de reconhecer nossos sentimentos e aqueles dos outros, para nos motivar e administrar bem as nossas emoções em nós e nas nossas relações. A inteligência emocional descreve abilidades distintas, mas complementares, à inteligência acadêmica.” (Daniel Goleman, 1998) De acordo com as pesquisas, uma pessoa com um QI alto terá 20% de chance de ser bem-sucedida, enquanto que uma com um QE terá 80%.

Os três componentes da Inteligência Emocional: 1) Competência emocional; 2) Maturidade emocional; 3) Sensibilidade emocional.

Competência emocional significa: 1) Administrar as perturbações emocionais (raiva, tristeza, depressão, felicidade, tudo que nos tira do equilíbrio); 2) Saber manter a autoestima alta; 3) Administrar o próprio egoísmo; 4) Lidar com o complexo de inferioridade. Todos os pontos acima requerem uma análise honesta e transparente de si mesmo, o que engendra tanto desconforto quanto humildade e termina em fortalecimento e alegria, porque tiramos um peso das costas. Fingir conosco mesmos é cansativo, mais do que fingir com os outros.

Maturidade emocional significa: 1) Ter consciência de si (ou seja, estar presentes a si mesmos, saber o que se está sentindo, entender de onde vem, por que acontece, o que o outro desperta em nós. Observar-nos.); 2) Ajudar os outros a se desenvolverem (a pessoa que está em sintonia consigo irá naturalmente promover os outros); 3) Saber adiar a gratificação (este é um corolário do ponto acima acerca do egoísmo: saber postergar o próprio prazer, conseguir ter prioridades acimas da própria gratificação); 4) Ser adaptável e flexível (tudo isso leva a desenvolver uma grande flexibilidade e, portanto, uma grande capacidade de adaptação).

Sensibilidade emocional significa: 1) Perceber o limite da excitação emocional (ou seja, o momento em que as emoções surgem, que podem ser tanto positivas quanto negativas); 2) Ter empatia (só quem sentiu em si poderá sentir o que o outro sente); 3) Saber melhorar as relações interpessoais; 4) Saber comunicar as próprias emoções (esta é a abilidade mais estratégica para desenvolver relações positivas e, muitas vezes, solucionar situações muito difíceis).

A pessoa com um alto grau de inteligência emocional: - Não tem medo de expressar seus sentimentos e emoções; - Não se deixa dominar por emoções negativas (as sente e as tem, mas não a dominam); - Sabe equilibrar sentimentos e razão, lógica e realidade; - É independente, autoconfiante e moralmente autônoma; - Não é motivada por poder, riqueza, status, fama e aprovação; - Se interessa pelos sentimentos dos outros; - Não se deixa imobilizar pelo medo ou pela preocupação; - Sabe quando falar e quando calar; - É emocionalmente resiliente.

A pessoa com baixa inteligência emocional: - Não assume a responsabilidade pelos próprios sentimentos, mas a joga para cima dos outros; - É insensível aos sentimentos alheios; - Não tem empatia ou compaixão; - É insegura e na defensiva, e acha difícil assumir os próprios erros ou expressar remorsos ou se desculpar sinceramente; - Não sabe escutar, interrompe, desqualifica. Não compreende as emoções que lhe estão sendo comunicadas. Foca nos “fatos”, e não nos sentimentos. - Não leva em consideração os sentimento dos outros antes de agir.

A pergunta que todos devem estar se fazendo nesta altura: a inteligência emocional pode ser aprendida, desenvolvida, melhorada? A resposta é um sonoro SIM! Ser capazes de reconhecer, conhecer, administrar as próprias emoções e sentimentos é essencial para termos mais felicidade e uma vida relacional mais harmoniosa. Tenho percebido em minha prática clínica que quanto mais uma pessoa desenvolve sua inteligência emocional, mais de bem com a vida ela fica e, sem ela fazer esforço, esse bem-estar se transmite a todos à sua volta. Referência: Attri, M. “EQ x IQ”.