Advogados buscam esclarecimentos sobre morte de brasileira após cirurgia plástica em Boca Raton

Por Gazeta News

A enfermeira brasileira Adriana Silva, de 39 anos, veio da cidade onde mora, Westchester, em Nova York, à Flórida, para realizar uma cirurgia plástica, o que segundo o namorado, seria o seu maior sonho.

No dia 5 de abril, Adriana foi a uma clínica em Boca Raton para colocar silicone nos seios, fazer plástica na barriga e no pescoço e lipoaspiração. Todo o procedimento foi feito sob anestesia geral e durou cinco horas, segundo o advogado contratado pela família Daniel Harwin, do escritório de advocacia Freedland Harwin, em Fort Lauderdale.

“Pelo que sabemos, Adriana era uma pessoa jovem e saudável, mas algo não estava certo com sua condição de saúde depois da cirurgia, já que ela mostrava sinais anormais”, disse Harwin. “Mesmo assim, os médicos deram alta menos de duas horas após a cirurgia”.

O namorado de Adriana foi buscá-la no hospital duas horas depois da cirurgia e garante que ela foi colocada no carro por uma enfermeira quando ainda estava sedada. “Quando eu cheguei lá, me assustei, eu nunca vi ninguém desse jeito”, disse ele à reportagem da “Record”.

Harwin disse que Adriana demonstrava problemas após a cirurgia, mas a família foi informada que não havia nada sério com ela.

Segundo o namorado, a brasileira passou a noite toda desacordada, sentada na cadeira de rodas. “Eu liguei para o médico e ele disse que isso era normal, que ela estava anestesiada”.

Ela acabou sofrendo um derrame e foi levada ao Bethesda Hospital no dia seguinte, em Boynton Beach, onde entrou em coma e sofreu morte cerebral. Familiares eventualmente concordaram em desligar os aparelhos e doarem seus órgãos, de acordo com informações cedidas pelo advogado. Não ficou claro se Adriana estaria acompanhada somente do namorado ou de outros familiares.

“Eu tenho uma grande preocupação pelo fato de que Adriana passou por tantos procedimentos de uma vez em uma clínica e não em um hospital, e teve alta logo depois”, diz o conselheiro Andrew Kessler, da firma de advocacia Shiller, Kessler & Gomez.

Os resultados de investigações e da autópsia podem resultar em uma ação contra a clínica. Frequência de tragédias na Flórida Os advogados envolvidos no caso dizem que esse tipo de tragédia tem acontecido com frequência na Flórida.

Segundo Harwin, Adriana teria assinado um documento onde abriria mão de um julgamento caso houvesse alguma complicação cirúrgica, e o caso iria para arbitragem. O advogado está avaliando o acordo.

Harwin disse que, segundo as investigações, o médico, cujo nome, assim como o da clínica, seria revelado em uma coletiva de imprensa no dia seguinte ao fechamento desta edição, teria todas as licenças, mas que o problema maior é a falta de regulamentação desse tipo de clínica. Apesar de não ser médico, Harwin afirma que esse tipo de cirurgia teria que ser feita com maior supervisão do paciente.

Adriana tinha um filho de cinco e uma filha de 13 anos que vivem em Nova York e se mudarão de volta para o Brasil, para viver com a família.

“Até que autoridades e reguladores investiguem essas clínicas para fazerem com que esse tipo de procedimento fique mais seguro, quem sabe quantas mulheres irão morrer e quantas outras crianças ficarão sem suas mães”, disse Michael Freedland, que já representou outros familiares de mulheres que morreram depois de cirurgias estéticas.