Afogamento infantil: uma triste estatística que temos que diminuir - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Infelizmente, a edição desta semana do Gazeta traz um triste “deja vu”: a morte de crianças por afogamento. O clima da Flórida faz com que haja mais piscinas, além dos lagos e mar, fazendo o estado mais propício a esse tipo de tragédias. Mas os exemplos do passado precisam ser seguidos para que tragédias de bebês por afogamento não se repitam mais.

Afogamento é a maior causa de morte de crianças com idades entre um e quatro anos no condado de Broward. Em 2014, 41 crianças morreram em Broward, nove delas por afogamento. Em 2013, houve 11 mortes a mais de crianças no condado.

Por causa desse aumento, autoridades estão fazendo uma campanha maior pela segurança de crianças.

Ou seja, o pequeno Henrique se encaixa nas estatísticas locais, assim como outras crianças do passado, inclusive filhos de brasileiros.

Essa realidade não é somente das estatísticas locais. O afogamento é uma das dez principais causas de morte de crianças e jovens no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano morrem 372 mil pessoas afogadas no mundo, o que representa 42 casos por cada hora.

A OMS analisou dados de 85 países. Em 48 destas nações, o afogamento está inclusive entre as cinco primeiras causas de falecimento de crianças com idade entre um e quatorze anos. O estudo indica claramente que as crianças costumam se afogar em situações simples, sobretudo dentro ou perto de casa. Os espaços e objetos mais comuns podem ser fatais: banheiras, baldes, açudes, rios, valas e piscinas.

Todos os anos, quando o clima começa a esquentar, o GAZETA publica estatísticas e formas de prevenir o afogamento. No caso de Henrique, a tragédia aconteceu na piscina da casa de outra pessoa e não temos informações se eles têm ou não piscina em casa. Porém, isso nos lembra que vivemos em uma região cercada de água, com lagos, canais, mar e piscinas facilmente acessíveis a todos. A lição número um a ser seguida é, sem dúvida, ensinar natação assim que o bebê tiver idade para isso. A segunda lição é: supervisão das crianças 24 horas por dia e 7 dias da semana. Mesmo assim, sabemos que ainda corremos riscos inesperados, por causa de alguns detalhes que às vezes pensamos ser irrelevantes.

A história da perda do pequeno Mason por afogamento em Seminolle, na Flórida, demonstra o quanto “todo o cuidado é pouco”. Jenna e Paul Roisum tomaram toda a precaução possível para evitar acidentes em casa, como colocar alarme nas portas para ouvir quando alguém saísse para a piscina, mas isso não evitou que o casal perdesse Mason, de dois anos e meio, em março de 2009. Paul entrou em casa para checar a filha dormindo, e, sem que visse, Mason saiu para a piscina e, mesmo com toda a segurança, entrou na água, se afogando em menos de um minuto.

Como a piscina era acima do nível do chão, o que dificultava que Mason entrasse na água, Jenna conta que não sentiu a urgência em comprar uma cerca de segurança. Ou seja, um detalhe poderia prevenir a tragédia.