Agência traz mães brasileiras a Miami para dar à luz bebês americanos

Por Gazeta News

[caption id="attachment_93111" align="alignleft" width="300"] Empresária paulistana Bianka Zad quis que seu primeiro filho tivesse a cidadania americana e melhores oportunidades no futuro (Foto: Arquivo Pessoal).[/caption]

Milhares de mães estrangeiras têm viajado aos Estados Unidos para darem à luz seus filhos, que automaticamente se tornam cidadãos americanos. Essa prática tem gerado polêmica durante a campanha presidencial de 2016, mas mesmo assim, empresas têm oferecido o serviço que defendem ser dentro da lei.

Há poucas semanas, a empresa brasileira “Ser Mamãe em Miami” lançou um site, no qual oferece pacotes de partos na cidade.

A empresária paulistana Bianka Zad, de 37 anos, contratou os serviços da empresa recentemente para dar à luz seu primeiro filho em Miami. Ela conta que tomou a decisão para que seu filho tivesse a cidadania americana e melhores oportunidades no futuro.

De acordo com a Constituição americana, todas as crianças nascidas no país, inclusive se forem filhas de turistas ou imigrantes indocumentados, conseguem a cidadania do país automaticamente.

Zad viajou a Miami com um visto de turista na trigésima segunda semana de gravidez e se hospedou no apartamento que comprou há quatro anos para passar férias. Ela deu à luz em 22 de maio e voltou ao Brasil dois meses depois. Seu filho, Enrico, desembarcou em São Paulo com dois passaportes - o brasileiro e o americano.

Para tirar o americano, ela teve de registrar o nascimento num cartório e levar o filho a um centro do governo. O processo todo, diz Zad, levou 20 minutos, e o passaporte chegou pelo correio em 20 dias.

Ela afirma que não sofreu qualquer constrangimento nem teve de prestar qualquer esclarecimento às autoridades. Conseguir o documento brasileiro exigiu que ela fosse ao consulado e comprovasse sua nacionalidade.

A empresa

A empresa “Ser Mamãe em Miami” foi criada pelo pediatra brasileiro nos EUA, Wladimir Lorentz, 46 anos, e o obstetra colombiano Ernesto Cárdenas. Wladmir diz que teve a ideia ao ver um serviço parecido oferecido a turistas russas.

Wladmir, que é pediatra há 17 anos, disse que já havia começado a atender turistas brasileiros, até que resolveu abrir a empresa.

Embora não haja leis que proíbam a viagem de grávidas, companhias aéreas costumam pedir um atestado de passageiras em estado avançado de gravidez. Lorentz recomenda que elas consultem um obstetra antes de embarcar e façam a viagem antes de completar sete meses de gestação.

Sua agência oferece três pacotes de partos. O natural sai por $9.840 dólares; a cesárea, $11.390 dólares; e o múltiplo (gêmeos ou mais), $14.730 dólares.

Todos os planos incluem atendimento pré e pós-natal, até três dias de "internação hospitalar em suíte VIP" e exames básicos para a mãe e o bebê.

“Bebês âncoras”

Filhos cidadãos americanos só podem pedir a residência dos pais depois que completar 21 anos, de acordo com as leis de imigração. Mesmo assim, milhares de mães estrangeiras têm viajado aos Estados Unidos para dar à luz no país.

A polêmica dos “bebês âncoras” tem gerado discussão na campanha eleitoral de 2016. O pré-candidato republicano Donald Trump tem defendido acabar com a concessão automática de cidadania a filhos de estrangeiros.

Ao comentar a posição de Trump, o também pré-candidato republicano Jeb Bush defendeu a regra atual, mas provocou a ira de muitos imigrantes ao se referir às crianças como "bebês âncoras".

Considerada pejorativa, a expressão se refere à crença de que ter um filho nos Estados Unidos torna a deportação dos pais mais difícil.

Bush afirmou que se referia a "casos específicos de fraudes" - cometidas, segundo ele, principalmente por asiáticos - que viajavam aos Estados Unidos para ter filhos e "tirar proveito de um conceito nobre". Fonte: BBC.