Agilidade

Por Marcelo Mello

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Eu trabalhei para empresas de todos os tipos, e não só isso, trabalho para pessoas que são completamente diferentes umas das outras. Tenho quilômetros de estrada percorridos nessas minhas andanças profissionais. Vi de tudo um pouco. Empresas de todos os tamanhos. Pessoas com angústias e anseios distintos. Boa parte delas tinha algo em comum: eram lentas na hora de agir.

As empresas, mesmo as multinacionais e foram a maioria, quando colocaram um pé no Brasil tiraram instantaneamente outro pé do acelerador. As decisões demoram para serem tomadas, as reuniões nada decidem, a produtividade despenca e, com ela, o resultado. Como escrevi dia desses aqui mesmo nesta coluna, as consequências são desastrosas. Sim, são de fato consequências de escolhas feitas. Os comandantes ou mesmo os líderes, escolhem levar meses para tomar uma decisão, seja ela grande ou pequena, simples ou complexa. Isso vale também para pessoas físicas. É preciso abrir os olhos o quanto antes porque está se tornando uma epidemia.

Aqui em Miami, vejo a agilidade americana e a praticidade deles. Vejo os latinos também, que são muitos, mas já assimilando o “modus operandi” local. Vejo igualmente os brasileiros, tanto faz se os que vieram há tempos ou os recém-chegados. A diferença de comportamento é mais do que a evidência prática da coisa, é conceitual. Diria que é uma estrutura de pensamento. Eles, os gringos, levam a sério aquela máxima empresarial conhecida: tempo é dinheiro.

Bem, sou pago para perceber. Normalmente perceber antes que a coisa desande, afinal, para que alguém pagaria por uma consultoria ou por um processo de coaching para constatar problemas? Nada disso, a consultoria existe para antecipar, enxergar antes os resultados, enfim, para recomendar as ações. E o coaching existe para ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos.

Noto que, mesmo quando o tempo passa sem ação alguma, portanto, com o erro se tornando inevitável, a reação do brasileiro demora a vir. Sempre, invariavelmente, a lentidão de pensamento, de raciocínio, de percepção e de decisão é lenta. Vale tanto para pessoa jurídica quanto física.

A vida não espera. A vida passa depressa, goste você disso ou não. Ou entramos no barco, pegamos os remos e, principalmente, o leme, tomando as decisões no momento certo e não depois do desastre, ou estaremos fadados a naufragar. Sem boia, muitas vezes.

Não adianta fazer sempre a mesma coisa e querer colher resultados diferentes. Se não está funcionando, mude. Se estiver indo para um lugar que não quer, altere o rumo. Comece de novo. A fórmula é simples: quanto mais você demorar para se decidir, quanto mais tempo perder com pensamentos inúteis e improdutivos, mais oportunidades irá deixar passar. Se você tiver que agir, seja em seu nome, seja em nome da sua empresa, corra porque a solução não vai ficar te esperando.

E lembre-se, nem sempre caímos em um abismo, muitas vezes nós é que o estamos cavando.