Agradecendo a Deus

Por Gazeta Admininstrator

Não será a primeira vez que alguns “patrulheiros de plantão” vão torcer o nariz em sinal de desdém ou preconceito, quando eu decido falar sobre Deus e minha relação com esse ser supremo que, de uma forma ou de outra, é a “âncora existencial e emocional” de 99,9% dos seres humanos.

Eu converso com Deus todos os dias, muitas vezes ao dia. E crescí aprendendo que quanto mais se conversa com Deus, mais os caminhos de minha vida se clarificam, se abrem e se resolvem. A partir de um determinado momento eu achei que estava maduro o suficiente para trazer Deus para dentro do meu trabalho, sem que isso representasse uma “imposição” aos leitores ou espectadores.

Mesmo sabendo que a grande maioria iria respeitar, entender e até gostar dessa abordagem, haveriam alguns que se considerariam incomodados. Temos que entender isso, respeitar o posicionamento de quem se define como ateu, sem colocar neles nenhum tipo de rótulo discriminatório. A verdadeira liberdade e paz está em respeitar o direito dos outros assim como esperar que os seus sejam respeitados.
Todo o final de ano eu dedicoa Deus um texto, em alguns dos “outlets” que me permitem fazê-lo.

Porque todo final de ano?
Pelo simbolismo do fim de um ciclo, da conclusão de uma etapa. Já que os seres humanos se organizaram em calendários e os calendários regem o planeta, vamos respeitá-los e escolher o final de ano como o “momento do balanço geral”.
Todos os anos são bons. Ou porque o são em plenitude de conquistas materiais, emocionais e espirituais, ou porque o são no aprendizado com as derrotas, fracassos e frustrações. Todos nós contabilizamos – à semelhança das empresas – ganhos e perdas ao final de cada jornada. Mas a conclusão para quem se aprofunda na relação com Deus, é de que o saldo é sempre positivo.

2006 foi um ano onde guerras, ódios, cobiça, inveja, usura, violência e desrespeito humano atingiram níveis ainda mais críticos. A humanida acirra seus conflitos na mesma medida em que a tecnologia gera uma aproximação inimaginável.
O mundo não foi tão global. O ser humano, entretanto, nunca foi tão tribal em suas emoções e interrelações.
Cada vez aceita-se menos a diversidade de opiniões, de entendimentos, de culturas.
Cada vez faz-se uma coisa única e exclusivamente pensando no retorno absoluto e imediato.

Cada vez mais se fala que necessitamos de redescobrir o amor puro nas relações e cada vez mais construímos barreiras invisíveis e instransponíveis que isolam tudo e todos. Estamos caminhando para uma sociedade de homens e mulheres solteiros vivendo em apartamentos-casulos e vivendo exclusivamente através da “Rede”.
Cada vez mais pessoas lotam igrejas e templos, tentam demonstrar que procuram respostas, mas cada vez menos conseguem ultrapassar os limites da aparência e frugalidade social.
E qual é o ponto em agradecer a Deus por um ano marcado muito mais pelo conflito do que pela harmonia?
Justamente por isso. É o conflito e a consciência que se cria a partir dele, que nasce a necessidade de mudança. Mudança que não ocorrerá jamais por decretos governamentais ou decisões de cúpula.
Mudança que só ocorre ser for única e indivisível, dentro do coração e da mente de cada ser humano interessado no bem estar coletivo.
A paz universal é resultado da paz interior, individual.
O amor ao próximo começa na auto-estima.

A consciência do coletivo nasce no auto-respeito.
Agradeço a Deus por ter me dado constantes lições de humildade e perseverança em 2006, de forma que eu me sinta 1 milésimo por cento que seja, melhor pessoa do que imagino que fui em 2005.
Agradeço a Deus pela saúde de todos os que me cercam, família e amigos, colegas e até mesmo desfetos.
Agradeço a Deus por estar me dando a oportunidade de, pouco a pouco, eliminar os resquícios de ódio, competitividade selvagem, ignorância e intolerância que existem não só em mim como na existência de todo ser humano. Consciente ou não.

Agradeço a Deus por ter me dado duas filhas que são as razões maiores da minha existêncvia, e por serem pessoas totalmente comprometidas com o bem.
Espero não ter magoado ou aborrecido ninguém com esta minha “carta-aberta” ao ser supremo.
Não quero causar nenhum desconforto.
Mas também não posso abrir mão de falar sobre algo que norteia a minha vida.

Feliz Natal e um Ano Novo de harmonia a todos.