Água fora do sistema solar - Pense Green

Por Fernando Rebouças

Em 2011, um grupo de cientistas representantes de diversas instituições e nacionalidades encontraram, por meio de análise de imagens obtidas por telescópio, a presença de vapor d’água na atmosfera de um exoplaneta situado há cerca de 60 anos-luz da Terra. O termo exoplaneta refere-se a um planeta que está fora do sistema solar.

Desde que as pesquisas a respeito de exoplanetas foram iniciadas, os cientistas já suspeitavam da existência de água nesses planetas. O estudo foi chefiado por Giovanna Tinetti, integrante da Agência Espacial Europeia , e publicado na revista “Nature”. A pesquisa também teve a participação de estudiosos da Universidade de Harvard, EUA, e de países como França, Taiwan e Reino Unido.

Por meio desse estudo, foi a primeira vez que se detectou vapor de água em um exoplaneta em grande quantidade. As imagens foram recolhidas pelo telescópio espacial infravermelho Spitzer.

Além de vestígios de águas, há moléculas de água dominante na atmosfera. Esse exoplaneta é conhecido como HD 189733b, é um corpo que possui uma inclinação em sua órbita e brilha pouco perante sua estrela por transitar em frente à mesma.

Nesse estudo, os cientistas utilizaram uma técnica particular, realizaram suas observações quando o planeta transitava diante da estrela e não por meio de a ocultação do planeta por parte da estrela para estudar a emissão na região infravermelha do espectro. A diferença de tamanho que o planeta expõe ao telescópio corresponde a um grau de maior ou menor absorção por parte da molécula de água.

Tradicionalmente, a possibilidade de existência de vida inteligente e biológica fora do planeta Terra sempre esteve atrelada à existência de água em outros planetas, tendo como similaridade a existência de vida idêntica à humana. Apesar de Marte apresentar determinada quantidade de água congelada e em forma de vapor, não há a presença de vida biológica ou inteligente, portanto, a existência de água em um determinado planeta pode não significar a existência de vida.

Em Marte, a presença de água sólida e gasosa em uma superfície 150 vezes menor do que na Terra, sugere que já houve vida biológica no planeta em um passado remoto. O meteorito ALH84001 que veio de Marte, apresenta restos de minerais que os cientistas ainda não conseguiram identificar se seriam restos de nanobactérias, compostos orgânicos simples ou elementos da própria Terra que contaminaram o material encontrado.