Além de Marin, Del Nero e Ricardo Teixeira viram reús nos EUA

Por Gazeta News

Marin já está em prisão domiciliar em NY, e Del Nero foi denunciado pelos EUA. Foto: Ricardo Stuckert/CBF

Após as prisões do paraguaio Juan Ángel Napout, presidente da Conmebol e vice-presidente da Fifa, e do brasileiro Alfredo Hawit, presidente da Concacaf e da Traffic Sports - companhia brasileira com base em Miami que se dedica à promoção de eventos esportivos -, na manhã de quinta-feira, dia 3, em Zurique, a polícia norte-americana tem mais dois alvos brasileiros: Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira.

Segundo a Justiça Americana, José Maria Marin, Del Nero e Teixeira receberam propina para negociar os direitos comerciais de três grandes competições da América do Sul com empresas interessadas.

A primeira delas, e única que a investigação traz números concretos, é a Copa do Brasil. O trio receberia R$ 2 milhões por ano da Traffic, empresa de J. Hawilla, réu confesso no esquema, para ceder os direitos comercias da competição entre 2013 e 2022. As outra competições por qual o trio recebeu dinheiro foram a Copa América e a Libertadores. Em todas os casos a Traffic estava diretamente ligada. O montante de dinheiro aqui não foi revelado. Marin já está em prisão dominicilar em New York, enquanto o atual presidente e o ex-mandatário da CBF são considerados réus pelos EUA. A solicitação foi feita pela procuradora-geral Loretta Lynch, do Departamento de Justiça de NY, e pelo procurador do Brooklyn, Robert Capers, com base em investigação iniciada em 2013.

Os dirigentes brasileiros foram acusados de formação de quadrilha, com diferentes confederações, federações regionais, na Fifa e também em alguns laços com empresas de marketing para receber dinheiros indevidos.

Del Nero e Teixeira residem no Brasil, onde a Constituição estabelece que nenhum brasileiro pode ser extraditado, salvo o naturalizado, ou em caso de comprovado envolvimento em tráfico de drogas.

No entanto, os dois poderiam cumprir penas caso a Justiça brasileira dê prosseguimento às investigações feitas pelos EUA.

Além dos sete dirigentes que já foram presos, a procuradora-geral de Nova York pediu, no mesmo dia, a prisão de outros sete cartolas, todos eles ligados a confederações latino-americanas e por razões parecidas: corrupção em acordos de transmissões de torneios das Américas, como a Copa América.

Loretta Lynch afirmou que o esquema teve início em 1991. De acordo com ela, o FBI investiga o suborno e propina de $200 milhões de dólares em ações envolvendo o mundo do futebol nas novas ações.

Investigação em Miami

Também no dia 3, agentes do FBI invadiram os escritórios  da empresa de marketing esportivo  ImaginaUS, em Miami. Há indícios de que a companhia agiu em conexão com os casos de corrupção envolvendo a Fifa.