Alimentação no combate ao câncer (Parte 4) - Saúde & Bem-Estar

Por Poliane Novaes

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[caption id="attachment_87242" align="alignleft" width="300"] Foto - Claudia Grangeiro (São Paulo-Brasil)[/caption]

Muitos têm acompanhado o avanço da indústria alimentícia. Infelizmente, esse avanço não nos traz apenas coisas boas. Se não nos atentarmos, podemos ser vítimas de consequências ruins provindas desse avanço. Temos, hoje, acesso a qualquer tipo de alimento. Essa acessibilidade tem um alto preço.

Desde a Revolução Verde, na década de 1950, o processo tradicional de produção agrícola sofreu drásticas mudanças. Novas tecnologias foram implantadas, sendo o uso de agrotóxicos a principal tecnologia aplicada, com a finalidade de controlar doenças e aumentar a produtividade. Agrotóxicos são substâncias químicas ou biológicas (pesticidas, praguicidas, herbicidas, inseticidas e desinfetantes) usadas para combater possíveis pragas e doenças que possam causar danos às plantações.

O agrotóxico, quando usado em quantidade mínima eficiente, não causa problemas de saúde em quem come os frutos da plantação. O problema é que doses excessivas estão sendo utilizadas, além de tipos específicos proibidos pelos órgãos de vigilância sanitária. Mais de 250 estudos sobre a relação entre câncer e agrotóxicos vêm sendo publicados anualmente em revistas científicas internacionais.

Além da relação direta com o aparecimeto do câncer, a intoxicação crônica por agrotóxico, que demora vários anos para aparecer, pode causar infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, dentre outros sintomas e patologias. A intoxicação começa ainda no aleitamento materno. Uma pesquisa recente realizada pela Universidade Federal do Mato Grosso, que há anos estuda os impactos do agrotóxico na saúde coletiva, apontou que até mesmo o leite materno contém resíduos de agrotóxicos.

O que fazer perante a publicação de tantos estudos comprovando que estamos ingerindo veneno e fazendo do nosso corpo um terreno fértil para o desenvolvimento de doenças graves? O acesso a produtos orgânicos, hoje, ainda é restrito àqueles que possuem condições financeiras mais favoráveis, devido ao alto valor no marcado, o que dificulta uma intervenção nutricional para aqueles que desprovêm de tempo e optam sempre pela praticidade. De qualquer forma, seguem algumas estratégias de como minimizar ao máximo o consumo de agrotóxicos:

1) Horta caseira Se você tiver espaço em casa, plante e cultive o máximo de alimento que puder. Alimentos como couve, alface e ervas são fáceis de cuidar e crescem rapidamente. 2) Higienização dos alimentos Alguns estudos mostram ainda que deixar o alimento de molho em uma solução de 1 litro de água e uma colher de sopa de bicarbonato de sódio por 30 minutos reduz significativamente a quantidade resíduos, porém,  não totalmente! Serve como estratégia para alimentos menos contaminados (veja lista acima). 3) Pesquisa de mercado Pesquise lugares que vendam alimentos orgânicos. Você pode se surpreender e ver que não fará tanta diferença assim no seu orçamento. Procure diminuir a compra de alimentos supérfluos, que não trazem benefícios a sua saúde, e aumente o consumo de frutas, verduras e legumes orgânicos.

Frutas e legumes menos contaminados Maçã, Pera, Pêssego, Nectarina, Morango, Cereja, Framboesa, Uva, Pimentão, Aipo, Vagem, Batata, Espinafre, Pepino, Abobrinha, Couve, Beterraba, Tomate, Alface, Abóbora

Frutas e legumes mais contaminados Banana, Laranja, Tangerina, Abacaxi, Toranja, Melão, Melancia, Ameixa, Kiwi, Blueberry, Manga, Mamão, Abacate, Brócolis, Couve-Flor, Repolho, Cogumelo, Aspargo, Tomate, Cebola, Berinjela, Rabanete

Observação - Se você está sob tratamento de algum tumor, seja radical e elimine totalmente qualquer alimento que contenha agrotóxico. Consuma sempre orgânicos.