Alunos brasileiros relatam medo e tensão no tiroteio da escola em Parkland (FL)

Por Arlaine Castro

bruno cardoso twitter
Como ainda está muito abalada, o pai conversou com o Gazeta News sobre o susto que a filha passou. “Ontem, quando voltamos para casa à tarde, o meu filho que estuda na outra escola que nos avisou primeiro sobre o que estava acontecendo. Imediatamente ligamos para ela e só depois de uns 30 minutos conseguimos falar com ela e só por mensagem porque todos precisam ficar em silencio quando acontece esse tipo de coisa. Ela disse que tava bem e que estava trancada na sala de aula. Começamos a acompanhar pela TV e com ela pelo telefone. Ela estava assustada, é claro. Ela tinha escutado os disparos, vidros quebrados, gritos, a equipe da SWAT entrando. Eles foram acompanhando pela internet também, não sei se é bom ou não, mas eles vão tendo alguma noção melhor do que está acontecendo”, contou. Segundo Cardoso, a filha tentou passar para eles a ideia de que estava tranquila, mas no fundo claro que estava nervosa. “Maria Fernanda não conhecia o atirador porque ele havia sido expulso da escola antes dela entrar”, explicou. Sobre as vítimas fatais, Cardoso disse que ainda não sabem, mas a filha relatou que o professor de geografia se jogou na frente dos alunos para protegê-los, e acabou levando um tiro e morrendo. Sobre a insegurança, Cardoso ressalta que esse é o único ponto negativo, mas que todos os outros pontos positivos superam. “Apesar do acontecido, a Flórida é um ótimo lugar para se viver. Escolhi morar aqui com minha família pela qualidade de vida e essa tragédia é uma coisa ruim dentre várias outras boas daqui”, concluiu o ex-jogador do Striker. “One-blood” precisa de doação de sangue O negativo após tiroteio em Parkland Outro adolescente brasileiro, Joao Thompson dos Santos, 15 anos, é estudante do 10° ano e também presenciou o tiroteio, inclusive disse ter sido salvo por um dos funcionários da escola que morreu depois de salvar vários alunos. A mãe, Mariluza Thompson, contou ao Gazeta News que o filho está vivo graças à ação do coach da escola . “Meu filho ainda está em choque e aos poucos consegue contar o que aconteceu dentro da escola, mas assim que soube da morte do técnico, me disse que foi salvo por ele”. Segundo Thompson, o funcionário conseguiu levar vários alunos que estavam do lado de fora para o auditório e voltou para buscar mais, quando foi alvejado. “Ele me falou com pesar: ‘mãe ele me botou pra dentro do auditório e voltou pra buscar mais criança’", relatou. Ela disse que o filho não chegou a ver o atirador. “Estavam todos muito assustados. O alarme já havia tocado uma vez ontem mais cedo, então, da segunda vez, os alunos saíram e depois que estavam lá fora, ouviram os gritos e os professores mandaram voltar pra dentro das salas” conta Thompson. Vários alunos foram salvos pelo assistente do treinador de futebol americano, Aaron Feis, que morreu ainda no local. O diretor de atletismo Chris Hixon, também foi atingido e morreu. Na manhã do mesmo dia, a escola havia feito um treinamento de emergência com os alunos e soou o alarme. Mas o toque na parte da tarde foi dado pelo próprio atirador, para que os alunos saíssem para o corredor e ele pudesse atirar, disseram as autoridades. Segundo informado pelo Consulado Geral do Brasil em Miami, não há relato de brasileiro entre as vítimas.