Amazônia, socialismo, soberania brasileira: o discurso de Bolsonaro na ONU

Por Gazeta News

[caption id="attachment_189611" align="alignleft" width="380"] Imagem: Lucas Jackson- Reuters.[/caption] Em sua estreia na ONU, durante a abertura da 74ª Assembleia-Geral, em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira (24) um discurso agressivo em que criticou países como Cuba e Venezuela, e defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Tradicionalmente, desde 1949, cabe ao representante do Brasil abrir o debate geral da assembleia das Nações Unidas. Foi o primeiro pronunciamento de Bolsonaro como chefe de Estado no encontro. Cúpula do Clima da ONU começa em NY sem líderes do Brasil e EUA Bolsonaro afirmou que tem "compromisso solene" com a preservação do meio ambiente e acusou líderes estrangeiros de ataque à soberania do Brasil. "É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a Amazônia, a nossa floresta, é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa e com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado, a nossa soberania", disse Bolsonaro. Também disse que o país "ressurge depois de estar à beira do socialismo", mencionando críticas a Cuba, em especialmente ao programa Mais Médicos — que levou médicos cubanos para trabalhar no Brasil — e também à Venezuela. Bolsonaro vem aos EUA para a Assembleia da ONU em NY "Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições." Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a "a democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente para que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime". Economia Em seguida, Bolsonaro defendeu a abertura da economia. Destacou o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, alcançado em seu governo. Prometeu ainda novos acordos "nos próximos meses". Além disso, falou ainda sobre a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). "Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O livre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil." Amazônia Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou França e Alemanha. "Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado." Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de "tolerância zero para com a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais". O presidente disse ainda que qualquer "iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica, ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira". "Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política indigenista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados de boas intenções. Estamos prontos para, em parcerias, e agregando valor, aproveitar de forma sustentável todo nosso potencial." Com informações da BBC.