Amor e ódio - Show de Bola

Por César Augusto

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Rogério Ceni é um daqueles casos que despertam amor ou ódio.  Não dá para “não sentir nada” pelo goleiro do São Paulo.  Tipo, “Rogério quem? Não conheço”. Conhece, sim. Todo mundo conhece. Nem que seja pelo fato do camisa 1 ser sósia do Luciano Huck.

O Rogério, para quem ainda vê o futebol com certo romantismo, é um dos últimos atletas que tem “a cara” de um clube. Um caso raro, ainda mais no futebol atual. Dá para imaginar o goleiro com outra camisa, que não a do São Paulo? Impossível! Rogério Ceni é tricolor. Nasceu tricolor e vai morrer tricolor.

Não entendo até hoje como ele não foi goleiro titular absoluto de alguma seleção brasileira. Acho que, na verdade, entendo. Dizem que ele não é um cara de trato tão fácil. Meio chato. Não sei se é verdade, mas já ouvi mais de uma pessoa falar isso. Será que são bem informados ou falam por inveja? Convenhamos, não é fácil um goleiro ser invejado. Rogério Ceni é.

Você inveja um camisa 10, um artilheiro… mas um goleiro? Ok, esse goleiro é artilheiro. Sei lá quantos gols já fez o Rogério Ceni. Fez, com certeza, mais gols do que muito atacante por aí.  Fez mais um no jogo contra o Red Bull. Mais um gol de falta, cobrada com uma precisão que só os craques têm. Rogério fez um gol e fez pelo menos 2 defesas milagrosas, que deram ao São Paulo a vaga na semifinal do campeonato paulista.

Ceni já ameaçou parar. Depois disso, falhou, claro, e recebeu críticas pesadas de quem acha que ele deveria ter parado. A verdade é que Rogério é um daqueles jogadores que não deveriam parar nunca.  Pode falhar 10 anos seguidos. Ele tem crédito. Ultimamente só os torcedores de um time podem “não invejar” o são-paulino que se vangloria de ter um ídolo como o Ceni: os palmeirenses, que tinham o Marcos.

Esse era gente boa demais, craque demais, mas já parou. Quem, no Brasil, no futebol de hoje, pode ser comparado ao Rogério? Aposto que você pensou, pensou, até tentou falar um nome… Vou ajudar: ninguém! Não torço pelo São Paulo, mas torço pelo Rogério. Torço para que Ceni ganhe um título antes de se aposentar.

Que anuncie a aposentadoria levantando uma taça. Tipo o Cafu na Copa do Mundo, com a camiseta do “Jardim Irene”, o Rogério levantaria o uniforme e, debaixo da camisa do São Paulo, teria outra camisa do São Paulo. Os bons entendedores saberiam que aquilo era o sinal de que a hora chegou.  Ele estaria tirando a camisa de goleiro do São Paulo e vestindo a do torcedor tricolor. Rogério Ceni continuaria acompanhando a história do São Paulo. Uma história vitoriosa, que ele ajudou a escrever.

Avaliações da semana BOLÃO Escadinha O líbero, aos 40 anos, está de volta à Seleção Brasileira de vôlei. A última partida dele com a seleção foi na final dos Jogos Olímpicos de 2012. Escadinha foi campeão da Liga Mundial 7 vezes e já ganhou 3 medalhas olímpicas. Ele jogou muito na final da Superliga. O time dele, o Sesi, perdeu para o Cruzeiro, mas Escadinha foi visto e entrou na lista dos convocados por Bernardinho. BOLACHA Valdívia O chileno vive uma eterna novela no Palmeiras. Fica ou sai? Já começou esse papo mais uma vez. Sei que muito torcedor gosta dele, mas ele já deveria ter “saído” há muito tempo. BOLINHA Jovem Pan A rádio de São Paulo demitiu Claudio Carsughi, um comentarista que tinha 58 anos de casa. Isso não deveria acontecer. Não deveria ser permitido. É uma falta de respeito não só com o profissional, mas com a história.