Análise: propostas de Obama e McCain elevam dívida dos EUA

Por Gazeta Admininstrator

As isenções fiscais prometidas por ambos os candidatos à
Presidência dos Estados Unidos podem aumentar em trilhões de dólares a dívida pública norte-americana nos próximos dez anos, disse um grupo de estudos tributários.

Os analistas da Brookings Institution e do Instituto Urban calculam que as
propostas do republicano John McCain representariam uma perda de receita na ordem de 3,72 trilhões de dólares entre 2009-2018, tomando por base o atual regime tributário.

Já os projetos de Obama implicariam perdas de 2,73 trilhões de dólares no
período. As propostas do candidato democrata levam a uma maior taxação dos mais ricos.

Quando incluídos os juros do período, as propostas de McCain representam um aumento de 4,5 bilhões de dólares na dívida pública. As de Obama elevam a dívida em 3,3 trilhões por esse critério.

"Parece realmente improvável que eles equilibrem o orçamento", disse Leonard Burman, diretor do Centro de Política Tributária mantido pelas duas instituições em Washington.

O cálculo pressupõe que os gastos públicos se manterão equivalentes aos deste ano.

McCain propõe prorrogar as isenções parciais concedidas em 2001 e 2003 pelo governo Bush no imposto de renda e no imposto sobre ganhos de capital
(benefícios que devem expirar em 2010). Ele também defende outras isenções e reduções fiscais para pessoas físicas e jurídicas.

Obama sugere manter parte dos atuais benefícios fiscais para norte-americanos de baixa e média renda, mas elevando as alíquotas para os contribuintes mais ricos.

Ele também propõe novos abatimentos fiscais para mutuários e trabalhadores de baixa renda, isenções totais para idosos que ganhem menos de 50 mil dólares por ano e mais descontos por dependente.

O Centro para a Política Tributária disse que McCain promete reduzir impostos para todo o espectro econômico, mas que os maiores beneficiários seriam os 0,1 por cento mais ricos da população -cerca de 150 mil indivíduos, cuja renda líquida subiria cerca de 11,6 por cento.

Para os 20 por cento mais pobres, as propostas de McCain representariam um
aumento de apenas 0,9 por cento na renda líquida.

As propostas de Obama levam a um cenário inverso: os 20 por cento mais pobres ganhariam 6,2 por cento, enquanto os 0,1 por cento mais ricos veriam sua renda líquida declinar 5,1 por cento.

Burman lembrou que a análise só leva em conta a arrecadação, e não os gastos, e que a dívida pública pode aumentar consideravelmente devido às propostas políticas de Obama (como o seguro-saúde universal) e de McCain (continuidade da guerra do Iraque).

A entidade disse que vai atualizar os cálculos conforme os candidatos divulgarem mais propostas.