Analistas não descartam histórica surpresa dos últimos dias

Por Gazeta Admininstrator

Pode já ser tarde demais para a tão discutida “surpresa de outubro”, mas Obama e McCain estão atentos para o fatídico “último fim de semana”. Nas duas últimas eleições presidenciais, a reta final teve fatos inesperados, que influenciaram o resultado em disputas apertadas.

A cinco dias da eleição presidencial americana, o democrata Barack Obama abriu sete pontos de vantagem sobre o republicano John McCain, segundo pesquisa Reuters/C-Span/Zogby, divulgada ontem. Obama tem 50% da preferência dos prováveis eleitores, contra 43% de McCain, aumentando a vantagem de 5 pontos que tinha na véspera.

Ainda assim, a história recente aponta que pode ser cedo demais para cantar vitória.

– O último fim de semana tende a ser um período muito esquisito – disse Steven Schier, analista político da Faculdade Carleton, em Minnesota. – É quando os últimos eleitores que não estavam prestando atenção se ligam, e os últimos indecisos se decidem. Coisas estranhas podem acontecer.

Em 2004, Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, fez um pronunciamento na sexta-feira prévia à eleição, deslocando a discussão para a ameaça terrorista, possivelmente ajudando na reeleição de George Bush – como seu adversário John Kerry admitiria posteriormente.

Em 2000, a última polêmica da campanha surgiu na quinta-feira prévia ao pleito. Bush, então governador do Texas, havia sido preso em 1976 por dirigir embriagado, e nunca revelara publicamente o fato, até que ele vazou à mídia. Pesquisas de boca-de-urna indicaram que a revelação do fato afetara a votação de Bush na reta final.

Em momento de desconsideração à cautela, Obama disse ontem que se ganhar a eleição na próxima terça-feira, poderá convidar republicanos para participar de seu governo

O democrata também afirmou ter “algumas idéias bastante boas” sobre ocupantes do primeiro escalão do governo.

Conclusão

Enquanto McCain passa os últimos dias da campanha em regiões do Sul e Oeste, onde os republicanos são mais fortes, Obama convidou o ex-presidente Bill Clinton para aparecer com ele em comícios na Flórida para uma passagem simbólica da tocha do último presidente democrata para o homem que espera ser o próximo.

O ex-vice-presidente dos EUA Al Gore também faz campanha pelo candidato democrata no Estado da Flórida, onde foi derrotado na corrida à Casa Branca oito anos atrás, pelo presidente Bush.

Gore e sua esposa participam hoje de eventos em Fort Lauderdale e West Palm Beach, dois condados que entraram na história do país por causa da polêmica sobre a recontagem dos votos, que deu a vitória a Bush por uma margem de apenas 537 votos.

É a primeira vez desde 2000 que Gore retorna à Flórida para fazer campanha por um candidato à Casa Branca.

O discurso final de Obama tem sido cauteloso, a fim de cimentar as estradas que construiu com os eleitores cujo nível de aceitação em relação a ele cresceu. Obama tenta acabar com qualquer incerteza no que diz respeito a eleger um senador em seu primeiro mandato e dissipar as críticas de que é um líder inexperiente, que aumentaria os impostos, redistribuiria a renda e pegaria leve com os terroristas.