Após quase 40 anos foragido no Brasil, Battisti é levado para a Itália

Por Gazeta News

Polizia di Stato – Italy
[caption id="attachment_179162" align="alignleft" width="365"] Polizia di Stato – Italy[/caption]

O italiano Cesare Battisti, 64 anos, foi capturado na Bolívia e chegou ao aeroporto de Ciampino, em Roma, nesta segunda-feira, 14. Ele desceu do avião escoltado por policiais, sem algemas, e entregue pela polícia boliviana às autoridades da Itália na cidade de Santa Cruz de La Sierra, onde foi preso no último sábado, 12.

"Agora eu sei que vou para a cadeia", afirmou Battisti aos funcionários do serviço antiterrorismo que o receberam no aeroporto, segundo a imprensa italiana. Já conformado, Battisti não mostrou sinais de desespero e dormiu por muito tempo durante o voo.

O italiano chegou a conseguir refúgio no Brasil em 2009. Mas o status, concedido a ele pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi revisto em dezembro do ano passado, por Michel Temer, que autorizou sua extradição. A Polícia Federal fez mais de 30 operações para localizá-lo, mas não teve sucesso.

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Como a entrada de Battisti na Bolívia foi ilegal, a expulsão dele foi requerida pela Itália e acatada pelo governo boliviano.

Mesmo assim, ao governo italiano agradeceu o empenho do governo brasileiro pela extradição autorizada. A assessoria do Palácio do Planalto informou em nota nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro recebeu um telefonema do ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, para agradecer o “empenho do Brasil em solucionar o caso Battisti”.

Um forte esquema de segurança foi montado no aeroporto de Roma. Battisti será levado para uma prisão em Oristano, na Sardenha, e não maispara um presídio na periferia de Roma, onde estava prevista uma estadia temporária. Segundo o ministério da Justiça, na Sardenha "a segurança é garantida da melhor maneira".

O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, foi ao aeroporto para receber Battisti, a quem ele chama de “assassino comunista”.

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O italiano de 64 anos, que integrou o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, foi condenado à prisão perpétua em 1993 por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).

Mesmo com as acusações que pesam sobre ele, Battisti afirma que nunca matou ninguém e se diz vítima de perseguição política.

Foram 37 anos de fuga quase permanente, com períodos de prisão e lutas político-judiciais para evitar a Justiça da Itália. Battisti escapou do seu país na década de 1980, viveu no México, na França, no Brasil e, mais recentemente, havia se escondido na Bolívia. Com informações da Reuters e G1.

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