Após suicídios, Espanha promete moderar despejos por inadimplência

Por Gazeta News

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Nenhuma família necessitada ficará sem moradia por causa da inadimplência hipotecária, prometeu o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, em resposta à indignação popular, depois do suicídio de uma mulher que estava sendo despejada.

De acordo com a “Reuters”, a associação espanhola dos bancos informou que seus filiados vão suspender durante dois anos as ordens de desocupação contra mutuários que tenham sido particularmente afetados pela crise econômica e pelo desemprego recorde.

Os bancos recuperaram cerca de 400 mil imóveis na Espanha desde o estouro da bolha imobiliária no país, em 2008. O país, em seguida, mergulhou numa recessão que deixou milhões de pessoas sem emprego e impossibilitadas de pagarem seus financiamentos imobiliários.

O suicídio de Amaia Egaña, de 53 anos, ocorrido no último dia 9, inflamou uma opinião pública já irritada com a suposta falta de compaixão dos bancos, muitos dos quais se beneficiaram de resgates financeiros organizados pela elite política e bancados pelo contribuinte.

Egaña, ex-vereadora socialista no norte da Espanha, saltou do seu apartamento de quarto andar em Barakaldo, no País Basco, quando oficiais de Justiça tentavam desalojá-la por inadimplência. De Guindos disse que é vital impedir os despejos num momento em que muitos imóveis construídos durante a febre imobiliária pré-2008 estão desocupados.

“Atualmente, na Espanha, temos quase um milhão de unidades habitacionais vazias. Nesta situação, o governo e o Ministério da Economia precisam tomar medidas para que nenhuma família de boa fé fique sem casa. Esse é o nosso compromisso”.