Após transplante, Sofia se recupera “conforme o esperado”, dizem os pais

Por Gazeta News

sofia

Após dez meses na fila de espera por um doador, a menina Sofia Lacerda, de um ano e três meses, passou pelo transplante de cinco órgãos, no dia 10, em uma cirurgia que durou dez horas. Segundo o médico brasileiro Rodrigo Vianna, o procedimento foi complexo por conta do estado avançado da doença hepática da paciente. "Ela recebeu estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado e cólon. Não foi preciso trocar um dos rins, como imaginávamos no início”, afirmou o médico, que operou a menina em Miami, no Jackson Memorial Hospital.

Após superar a cirurgia, a menina tem o desafio de enfrentar um complicado pós-operatório. “As primeiras 72 horas são bastantes críticas, mas ela passa relativamente bem, estável e dentro do esperado. Os riscos são de complicações cirúrgicas e infecciosas na primeira semana. Estes pacientes são muito debilitados. Recebem medicações muito fortes para evitar a rejeição [dos órgãos], que acontece em 20% dos casos, e estas medicações baixam o sistema imunológico. A Sofia, por exemplo, está tomando mais de 20 remédios”, explicou o médico ao G1.

“Nossa bonequinha segue se recuperando bem, conforme o esperado. Não está mais sedada, está acordada, já dançou, ficou de pernas para o ar, e agora neste momento está assistindo seus desenhos animados. Graças a nosso bom Deus que sempre esteve e está ao nosso lado, conseguimos chegar aonde parecia ser impossível. Seremos eternamente gratos à família do anjinho doador, mas especialmente a ele,"o anjinho doador". Para sempre estará em nossa orações. E que nossa orações sigam firmes como têm sido sempre, e que ela continue tendo uma boa e tranquila recuperação”, escreveram os pais de Sofia, Gilson e Patricia de Lacerda, aos quase 1.5 milhão de pessoas que curtem a página “Ajude a Sofia”, criada para divulgar a campanha de arrecadação de fundos para que a menina realizasse os transplantes.

Sofia nasceu em Campinas (SP) com Síndrome de Berdon, uma doença rara que causa a má formação de vários órgãos do sistema digestivo. Ela sequer conheceu a casa dos pais, em Votorantim (SP), já que sempre ficou hospitalizada. Ela chegou a ser submetida a três procedimentos cirúrgicos no Brasil, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não poderia ser realizado no país. A transferência da menina para os EUA só aconteceu por determinação da Justiça, que ordenou que a cirurgia, estimada em $2 milhões de reais, fosse paga pelo governo brasileiro.