Aquecimento global pode atingir 280 milhões

Por Gazeta News

Miami Foto Luiz Gomez

O efeito das alterações climáticas pode levar ao desaparecimento, a longo prazo, de grandes cidades mesmo se o aquecimento global for limitado a 2°C, acreditam cientistas norte-americanos.

O estudo do instituto Climate Central, divulgado no dia 8, indica que com mais 2ºC, o nível da água do mar continuará a subir e pode encobrir territórios onde vivem atualmente 280 milhões de pessoas. "Um aquecimento de 2ºC representa uma ameaça à existência, a longo prazo, de muitas grandes cidades e regiões costeiras", disse Ben Strauss, um dos autores do estudo.

Se o aumento na temperatura for de 4ºC, o nível das águas subirá, em média, 8,9 metros, mostra o estudo, e o fenômeno vai ameaçar 600 milhões de habitantes. Com um aquecimento de 3ºC, o nível da água do mar subirá 6,4 metros, cobrindo áreas com mais de 400 milhões de habitantes.

A China será o país mais afetado: com 4ºC, a subida das águas afetará uma área onde vivem atualmente 145 milhões de pessoas, de acordo com este estudo.

Outros países serão particularmente afetados: Índia, Bangladesh, Vietnã, Indonésia, Japão, Estados Unidos, Filipinas, Egito, Brasil, Tailândia, Birmânia e Holanda. Entre as principais cidades, estão Hong Kong, Tóquio, Rio de Janeiro, Buenos Aires, New York, Miami e New Orleans.

Flórida

Entre os estados americanos, a Flórida tem o maior número de grandes cidades sob o risco de desaparecer sob o mar e abriga 40% da população americana que será afetada pelo fenômeno. "É difícil imaginar como defender Miami a longo prazo", assinala Strauss, explicando que a baixa altitude de Miami e seu terreno pantanoso tornam difícil a construção de barreiras e diques.

O estudo baseia-se em dados de satélites sobre o nível dos oceânicos.

A temperatura do planeta subiu, desde a Revolução Industrial, 0,8ºC, um ritmo inédito provocado pela emissão de gases de efeito estufa.

A comunidade internacional fixou o objetivo de manter a alta da temperatura abaixo dos 2ºC e deve se reunir em 30 de novembro, em Paris, para tentar concluir um acordo universal que permita alcançar essa meta.

Com informações da “Agência Brasil”.