Arkansas acelera execuções letais por validade de injeções

Por Gazeta News

[caption id="attachment_104133" align="alignleft" width="300"] O estado pretende cumprir 8 execuções em 11 dias pelo prazo de validade de substâncias. Foto: shutterstock.[/caption]

O Arkansas cumpriu sua primeira execução por injeção letal em 12 anos na última quinta-feira, 20, ao realizar a sentença de morte de Ledell Lee, condenado por assassinato.

As autoridades locais se esforçam para executar oito presos em um período de 11 dias, devido ao vencimento do prazo de validade do estoque do sedativo midazolam - uma das três substâncias utilizadas nas injeções letais, que vence no próximo dia 30 de abril.

A dificuldade para adquirir o produto por causa da recusa da indústria farmacêutica em fornecê-lo para tal finalidade provocou a “corrida” contra o tempo para as execuções. A medida do Estado provocou polêmica e foi parar nos tribunais - as três primeiras execuções acabaram canceladas devido a decisões judiciais.

A McKesson Corporation, que fornecia a droga, acusou o Departamento de Justiça do Arkansas de não ter dito que planejava usar a substância em execuções. Como muitos estados, o Arkansas tem lutado para conseguir as drogas das quais precisa para executar as penas.

A morte de Lee, que estava no corredor da morte havia mais de 20 anos, após ser condenado por espancar Debra Reese até a morte com uma chave de roda em 1993, aconteceu após a Suprema Corte dos EUA rejeitar, por 5 a 4, um recurso dos presos argumentando que o Arkansas estava acelerando injustamente os processos, o que seria uma "punição cruel e atípica".

Em outra decisão, o Supremo Tribunal do Estado também revogou a sentença de uma instância inferior que havia proibido o uso do brometo de vecurônio, outra substância usada nas injeções letais.

A pena de morte por injeção letal tem ficado cada vez mais difícil de ser aplicada. Além das ações judiciais para tentar revertê-las, as empresas farmacêuticas têm manifestado não querer seus produtos associados com a prática. O governo local ainda tenta executar a pena de morte de mais três presos até o fim do mês.

O outro preso que seria executado no mesmo dia que Ledell Lee conseguiu a suspensão da pena para que seja realizado um teste de DNA avançado, exame com o qual seus advogados dizem poder provar sua inocência. Stacey Johnson foi condenado pelo assassinato de Carol Heath, que foi espancada e teve a garganta cortada em 1993.

Com informações da BBC News.