Não é de hoje que as superlotações nas cadeias brasileiras, bem como a falta de políticas de ressocialização de presos, o alto custo dos detentos para os cofres públicos e a corrupção que facilita a ação e organização do trabalho de facções mesmo dentro das unidades prisionais, deixou de ser novidade. Entretanto, as rebeliões em Manaus, Roraima e focos em outros estados, como o Rio de Janeiro, acenderam a luz vermelha do Governo Federal.
Até agora, quase 100 detentos foram mortos nas guerras entre facções que disputam territórios do tráfico. Contudo, a crueldade dos assassinatos - com mutilações e decapitações - e o desespero dos familiares levaram ao mundo mais este antigo problema social brasileiro. O reforço, em Manaus, de agentes da Força Nacional é apenas uma gota d’água no oceano.
O fato é que as maiores e mais sangrentas rebeliões ainda podem estar por vir, sobretudo, nas cadeias de Rio e São Paulo - sede das organizações criminosas. Apesar do anúncio de construção de cinco presídios de segurança máxima e a decisão de soltar detentos que ainda não foram julgados para reduzir a população carcerária, a gravidade do problema é maior e vai exigir que o país enfrente este desafio de verdade.