Ataques a tiros deixam mais de 40 de mortos em mesquitas na Nova Zelândia

Por Gazeta News

Mais ataques a tiros tiraram a vida de dezenas de pessoas nesta sexta-feira, 15. Desta vez, na Nova Zelândia com dois ataques simultâneos contra duas mesquitas na cidade de Christchurch, que deixaram 49 mortos e 48 feridos, segundo a polícia. Os alvos dos ataques foram as mesquitas de Masjid Al Noor, ao lado do Parque Hagley, e de Linwood, que estava lotada com mais de 300 pessoas, reunidas para as tradicionais orações do meio-dia desta sexta-feira. Os detidos são três homens (um deles seria australiano) e uma mulher. A polícia local informou, porém, que não está descartada a hipótese de que outros criminosos estejam envolvidos e foragidos. Nenhum dos suspeitos sob custódia estava em listas de observação da polícia. Dos 49 mortos, 48 morreram no local e apenas um chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu. Entre os feridos, há crianças e adultos. O governo informou que 12 dos feridos estão em estado grave e precisaram passar por cirurgias. O governo da Malásia afirmou que dois dos feridos são malaios. As autoridades ainda não divulgaram as identidades das vítimas e dos assassinos. A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, definiu o ataque como "um ato de violência sem precedentes na Nova Zelândia" e que esse é "um dos dias mais sombrios e sangrentos da história do país". "Esse tipo de violência não tem lugar na Nova Zelândia". Christchurch é a capital da região de Canterbury, na ilha sul da Nova Zelândia. É a 3ª maior cidade do país, com mais de 370 mil habitantes. A dinâmica dos atiradores ainda não está clara. Porém, o primeiro relato de ataque foi na mesquita de Al Noor, na região central da cidade. Um homem com um rifle automático invadiu o prédio 10 minutos após o início das orações, que começaram às 13h30 desta sexta-feira (horário local). Quarenta e uma pessoas morreram no local. Transmissão ao vivo Com uma câmera instalada em um capacete, o criminoso conseguiu transmitir o massacre, ao vivo, pelo Facebook. O vídeo mostra que ele atirou indiscriminadamente contra homens, mulheres e crianças enquanto caminhava. Ahmad Al-Mahmoud, de 37 anos, que rezava quando os disparos começaram, disse ao site Stuff que ele e outros fiéis quebraram vidros de janelas da mesquita para conseguirem escapar. Segundo testemunhas, o atirador usava capacete, óculos e um casaco em estilo militar. Ele foi descrito como branco, loiro, magro e de baixa estatura. As contas do atirador no Facebook e no Instagram foram removidas. O Facebook afirmou que estava trabalhando para remover as cópias do vídeo. De acordo com o jornal "The Guardian", Brenton Tarrant, que se identificava como suspeito de um dos ataques, deixou um manifesto em que se identificava como um australiano de 28 anos, defensor da ideologia de extrema-direita e anti-imigração. O documento de 74 páginas falava em genocídio promovido por brancos e uma lista com vários objetivos, incluindo a criação de “uma atmosfera de medo” contra os muçulmanos. No entanto, a polícia neozelandesa não confirmou ainda que esse homem esteja entre os detidos.