Atingir o mercado norte-americano: o grande desafio à comunidade empresarial brasileira

Por Gazeta Admininstrator

Apesar do objetivo da coluna ser falar e conversar sobre assuntos econômicos, financeiros e comerciais, não podemos deixar de mencionar a tristeza e consternação geradas em razão do  episódio violento, absurdo e lamentável de Realengo, no Rio de Janeiro, onde 12 crianças recentemente perderam suas vidas, vítimas de um desequilibrado mental. Nossa solidariedade estende-se a todas as famílias envolvidas, assim como à sociedade em geral, que ficou traumatizada a partir desse tão triste evento.


A mão-de-obra qualificada certamente é um dos maiores recursos que qualquer sociedade dispõe para seu desenvolvimento e preparação ao enfrentamento dos desafios e obstáculos sempre presentes. Vivemos em um mundo cada vez mais sofisticado e competitivo, no qual o tempo e a objetividade de ações são fatores decisivos no atingimento de objetivos.


Muitos de nossos empresários locais aqui chegaram do Brasil sem o devido e específico preparo  para o desenvolvimento das atividades empresariais que hoje exercem. Apesar das dificuldades, como um todo, têm se saído muito bem. E não somos apenas nós, brasileiros, que isto dizemos. Em nossas andanças e contatos com autoridades e Câmaras de Comércio locais sempre ouvimos palavras de louvor e forte expectativa de um futuro promissor ao nosso contingente.


Muitas vezes, conversando com nossos compatriotas, atores que são desta epopéia brasileira em Terras de Tio Sam, sentimos não compartilharem a mesma segurança e firmeza que os observadores externos expressam quando a nós se referem.


Evidentemente, muito desta atitude e sentimento de retração que ostentamos vem de nossa formação no Brasil onde, por múltiplas razões, vimos alimentado um sentimento de baixa estima em nossa população. 

Compreensível, pois aqueles que não foram abençoados com berço de ouro e, evidentemente, estamos falando de uma maioria esmagadora, não obtiveram uma formação acadêmica ou mesmo vocacional/profissionalizante, estruturada. Ademais, a vida e o mercado de trabalho sempre oscilantes, prejudicando e batendo nos mais fracos, tradicionalmente tem reservado à imensa maioria empregos de menor remuneração. Fazer parte dos escalões mais elevados das administrações, tanto pública quanto privada, aí nem se fala. Contamos em poucos dedos das mãos as exceções.


Evidentemente, esta dose emocional negativa é trazida em cada um de nós  e, mesmo quando por coragem pessoal, movidos pela necessidade e amor à família, nossos companheiros e companheiras  lançam-se em novas aventuras, abrindo seus próprios negócios, a marca da humildade e da insegurança os acompanha, tal comportamento muitas vezes tornando-se em obstáculo ao melhor atingimento de seus objetivos empresariais.


A palavra do dia no mercado empresarial é  -  inovação  -  e tudo indica que a teremos incorporada em nosso vocabulário por muito tempo. Não que seja modismo, que vem e vai, seguindo  um modem temporário. Ao contrário, pois chegou para ficar, já que é parte essencial na moderna admistração, impactando custos e métodos gerenciais, enfim, tudo aquilo que gira e importa na vida da empresa, passando pelo comportamento individual dos  integrantes do grupo até à entrega física e material de serviços ou produtos.  

Somos um povo criativo e, quando premidos, fortes nas reações. Sabemos nos sacrificar e viver com as intempéries. Precisamos, também, aprender a observar e analisar o que nos cerca, não nos deixando abafar pelas dificuldades e falta de soluções aparentes. Avaliar e testar novas metodologias e formatos comerciais devem se constituir em exercícios constantes que podem levar à expansão e crescimento de nossos negócios. Somos iguais ou melhores que outras etnias. Se este tipo de exercício funciona para outros, terá que necessariamente funcionar conosco também.

 
Esta semana tivemos a oportunidade de conversar com duas empresárias, isoladamente, já que independentes, porém ambas envolvidas no mesmo segmento de negócio: desenho e instalação de armários sofisticados.  As experiências foram semelhantes. Sofreram com o crash imobiliário, chegando à beira da falência, mas diligentemente observaram e notaram a investida de estrangeiros sul?americanos na compra de imóveis na Flórida.


Alteraram  seus approaches à clientela, passaram a explorar a diferenciação linguística e cultural a seu favor, alteraram a cadeia produtiva, desde a alternância de fontes supridoras, desenhos e comportamento de seus executivos, que passaram a frequentar e expor-se a contatos diretos com potenciais fontes de clientes, até atingirem preço e qualidade que melhor atendessem esta nova onda de clientes. Os resultados têm sido excelentes,voltando a ter equilibradas suas finanças e, mais do que tudo, trazendo maior tranquilidade e confiança a seu Staff e proprietárias. A partir da lição adquirida agora se preparam para atingir este grande e fantástico mercado que nos cerca,  que é o mercado norte-americano. Nele se situam muitas das respostas aos problemas enfrentados por vários de nossos empresários.


A nossa mensagem hoje é que temos que nos posicionar e preparar para disputarmos o mercado norte-americano, além do comunitário brasileiro, mais cômodo e fácil de atingir.Que a primeira fase desta epopéia tenha sido marcada pelo acesso ao cliente natural é mais do que compreensível e admirada. Mas chegou a hora de nos prepararmos e  fortalecermos para disputar um quinhão disponível e mais gratificante, composto pelo mercado maior em que estamos inseridos. Estamos na chuva e temos que nos molhar, sim. Este é um desafio que podemos e venceremos também. Temos que deixar a ficha cair no sentido de entendermos que a fase de exploração já ocorreu, agora temos, como comunidade, que partir para novas conquistas, consolidando presença em nossa região.

Certamente muitos dirão: mas o que fazer e como fazer? Façam suas próprias análises, conversem com parceiros e amigos empresários, busquem as entidades voltadas ao apoio ao empresariado. Todos podemos ajudá-los.  Existem muitos profissionais, brasileiros ou não, especializados neste tipo de aconselhamento. Não se amedrontem em procurá-los para ter iluminados seus caminhos. Esta metodologia é mundial. Não somos diferentes. Se percorrermos os caminhos adequados e executarmos com inteligência e prudência o que de nós é esperado somente teremos bons frutos a colher no futuro.