Atirador da Noruega cita Brasil como um catastrófico exemplo de miscigenação

Por Gazeta News

O homem responsável pela morte de 76 pessoas em ataques na Noruega, no último dia 22, publicou um manifesto de 1.518 páginas na Internet, no qual citou o Brasil como um “catastrófico” exemplo de miscigenação que não deve ser seguido.

Em seu texto “A European Declaration of Independence - 2083” (Uma declaração de Independência Europeia - 2083, na tradução livre), Andres Brejvik, de 32 anos, defende que os conservadores europeus se unam através de uma combinação de “luta armada e democracia” para combater o avanço da miscigenação nos próximos 70 anos. Caso contrário, o continente seguiria um modelo de “bastardização, muito similar ao do Brasil”. [caption id="attachment_17041" align="alignright" width="300" caption="Anders Behring Breivik, acusado pelo massacre na Noruega, é visto dentro de veículo ao deixar corte onde teve sua primeira audiência, em Oslo."][/caption]

Segundo Brejvik, a miscigenação cultural brasileira resultou em uma falta de coesão nacional, o que teria tornado o País “permanentemente disfuncional” e seria responsável pelos altos índices de corrupção, falta de produtividade e eterna disputa entre “culturas conflitantes”. O manifesto também afirma que o Brasil jamais poderá alcançar um grau de coesão social e harmonia similar aos dos países escandinavos, da Alemanha, do Japão e da Coreia do Sul.

No manifesto, Brejvik conclui que se a Europa adotasse uma abordagem similar ao Brasil em termos de miscigenação, o resultado seria “devastador” e contribuiria para o “genocídio” e “aniquilação” do que ele chama de “povos indígenas nórdicos”. O atirador ainda afirma que o resultado só seria pior se o “Islã fosse adicionado à mistura”.

Anticomunista e de extrema-direita assumido, Brejvik diz que a miscigenação brasileira é um resultado da “Revolução Marxista” e também afirma que os marxistas europeus que defendem a mistura de raças devem ser confrontados.

Tragédia na Noruega

A Noruega viveu, no dia 22, a maior tragédia do país desde a Segunda Guerra Mundial. Dois atentados deixaram, até o momento, um saldo de 76 mortos. Primeiro, uma bomba explodiu no centro da capital, Oslo, na região onde estão localizados vários prédios governamentais, inclusive o escritório do premiê, Jens Stoltenber. Oito pessoas morreram, mas a polícia admite que possa haver corpos não resgatados nos prédios.

A segunda tragédia aconteceu na ilha de Utoya, próxima à capital. Lá, Anders Behring Breivik, um homem de 32 anos vestido com uniforme da polícia, abriu fogo contra jovens reunidos em um acampamento de verão. Ao menos 68 morreram, a maioria pelos tiros disparados. Alguns outros morreram afogados após tentarem fugir nadando. Anders foi detido logo depois, pela polícia, e admitiu o crime. O atirador, que é ligado à extrema-direita e publicou um manifesto na internet chamando à violência contra muçulmanos e comunistas, também tem envolvimento no ataque em Oslo.