Atiradores de Suzano (SP) tiveram ajuda para o crime em fórum extremista na internet

Por Gazeta News

A polícia está investigando a ligação do crime cometido pelos dois jovens que abriram fogo contra a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na quarta-feira, 13, e mataram 8 pessoas. Um deles matou o companheiro e se matou em seguida. De acordo com a polícia, eles teriam conversado em um grupo que joga em rede o game Call of Duty, de guerra, e neste fórum teriam planejado o crime. Os investigadores estão ouvindo os pais dos rapazes sobre essa questão, mas suspeitam que pode ter ligação com o massacre. Um pouco antes do massacre, Guilherme postou em sua página no Facebook 30 fotos com máscara de caveira - semelhante à encontrado na escola - e arma. Nas imagens, ele faz gestos obscenos e mostra a arma. Em uma outra imagem, ele faz um sinal de arma com os dedos e aponta para a cabeça. A polícia ainda não sabe como ou onde as armas foram compradas. Os autores do ataque tinham um revólver .38, uma besta, uma machadinha e um arco e flecha. Adolescentes abrem fogo em escola e matam crianças em São Paulo Quem eram os dois jovens Luís Henrique de Castro, de 25 anos, faria aniversário no próximo sábado, e Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, eram vizinhos e ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil. A mãe de Guilherme disse que ele havia abandonado a escola no ano passado e, de vez em quando, fazia alguns trabalhos em lanchonetes no centro de Suzano. Mas passava a maior parte do tempo com o amigo. Segundo vizinhos, os dois às vezes ficavam o dia inteiro conversando, sentados na frente de casa. E passavam pelo menos três noites por semana em uma lan house perto de casa jogando games como Counter Strike e Mortal Combat, além do Call of Duty. Castro trabalharia de vez em quando com o pai, capinando o mato. Enterro Nesta quinta-feira, 14, estão sendo realizado o velório conjunto das vítimas do massacre. Para evitar contato entre as famílias das vítimas e dos autores, os corpos de Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, ainda estão no Instituto Médico-Legal (IML) de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Só serão liberados quando todos os mortos no ataque forem enterrados para evitar que parentes dos assassinos e das vítimas se encontrem. O crime Na quarta-feira, 13, por volta de 9h15, os dois foram até uma loja de carros seminovos do tio de Guilherme, Jorge Antônio Moraes, localizada a cerca de 450 metros. De acordo com testemunhas, Guilherme entrou sozinho no local, onde também funciona um estacionamento e um lava-rápido e disparou três vezes contra o tio. Depois, saiu e embarcou no carro que o esperava na saída. Eles se dirigiram então para a escola, onde estacionaram o carro bem na frente do portão e entraram. Era hora do recreio e havia alunos e funcionários espalhados pelos corredores. Eles entraram atirando. Os policiais ainda viram os atiradores vivos, mas eles fugiram dentro da escola. Terrorismo doméstico O Ministério Público de São Paulo informou que vai investigar em que circunstâncias ocorreram as dez mortes do massacre em Suzano. O trabalho será realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O objetivo é apurar a possível existência de organização criminosa que tenha colaborado para "eventual cometimento de crimes relacionados a terrorismo doméstico, como apontam os primeiros indícios", diz o órgão. O termo terrorismo doméstico é usado para definir atentados terroristas cometidos por cidadãos contra o seu próprio povo ou governo. Com informações do G1 e Correio Braziliense.