Atriz brasileira estreia como coprodutora em Los Angeles

Por Marisa Arruda Barbosa

Luciana no curta metragem “Primavera”, dirigido pela brasileira Julia Camara.

Marisa Arruda Barbosa Com colaboração do Comunidade News

A carioca Luciana Faulhaber, de 28 anos, fazia aulas de teatro como uma atividade extracurricular enquanto tinha total foco nos estudos na UFRJ, no Rio de Janeiro. Mas tudo isso foi mudando de direção e hoje ela se dedica totalmente à profissão de atriz na cidade de destino para os que sonham em conseguir um lugar ao sol no mundo competitivo das celebridades: Los Angeles.

Filha de advogada, com um irmão administrador e outro arquiteto, Luciana se dedicava à vida acadêmica com a intenção de seguir uma carreira tradicional. Há nove anos, no entanto, sua vida mudou através de um convite. Um parente que vivia no Texas foi visitá-la no Rio de Janeiro e disse que a achou muito triste, convidando-a, assim, para passar um ano nos Estados Unidos. Luciana tinha uma certeza: queria continuar os estudos. Seu parente lhe disse que bastava escolher a cidade que quisesse. Luciana escolheu Nova York, por ser uma cidade mais urbana. Tudo aconteceu com muita facilidade, e a carioca conseguiu uma bolsa integral para estudar na Fordham University. Ela se formou em biologia e educação especial e primária e mais tarde estudou Desenvolvimento Educacional e Político na Columbia University Grad School, também com bolsa de estudos.

Mesmo sendo dedicada à carreira acadêmica, Luciana fazia aulas de teatro com Bill Esper e foi descobrindo rapidamente que a sua paixão mesmo estava nos palcos, na frente e, mais tarde, também atrás das câmeras, já que agora está estreando como coprodutora. Com o tempo, o teatro foi tomando mais e mais tempo, até que não sobrou tempo para mais nada. Luciana atuou em peças conceituadas na Broadway, como “The Smell of Popcorn” (O Cheiro da Pipoca).

Há um ano, ela decidiu se mudar para Los Angeles, CA, em busca de novas oportunidades.

“Eu fiz muito teatro e filme estudantil em NYC, porque acho primordial aprender o seu instrumento e desenvolver minha técnica de atuação. Ainda sou apaixonada pelo teatro, mas vi que teatro não era para mim uma profissão, mas uma escola”, disse Luciana, que quer alcançar mais pessoas através do cinema e da TV. “Foi aí que decidi fazer as malas e mudar pra LA. Tem, sim, muito filme e seriado sendo produzido em NYC, mas a maioria faz o ‘casting’ em LA, e acho que, nesse momento, é onde há mais oportunidades”. Depois de discernir entre as pessoas que realmente trabalham e aquelas que só falam que trabalham, Juliana diz que encontrou pessoas em LA mais focadas no que querem do que em NY. Ela já fez ótimas amizades e contatos profissionais, incluindo brasileiros nas áreas das artes em geral.

Na busca de seu primeiro papel como atriz principal em um longa, Luciana diz ter atuado em tantos curta-metragens que nem cabem em uma lista. Só em seu currículo são 12. “Assim é que é bom: aprender fazendo”, disse. Na lista, está o Winning Season, com Sam Rockwell, que teve aulas de atuação com o mesmo professor que ela estudou em Nova York, e também o curta “Primavera”, da diretora brasileira Julia Camara, e a escritora Anna Clara Chermont. O curta faz parte da seleção oficial do HBO Latino Film Festival, Laughlin International Film Festival, agora em outubro.

Julia Camara e Luciana resolveram então trabalhar juntas em um longa-metragem, no qual ela não só fará o papel principal que tanto queria, mas também o trabalho de coprodutora. O filme se chama “Willow Creek”, que está em fase de produção e sem previsão de lançamento, e conta a história de uma menina que cresceu em uma fazenda apenas com o pai em um mundo pós-apocalipse.

A nova experiência na parte da produção tem mudado a forma como a atriz vê o trabalho de outras pessoas. “Agora eu admiro muito mais quando alguém diz que fez um filme”, revela a atriz, que conta ter o apoio de muitas pessoas que doam tempo e trabalho para ver o projeto finalizado e ajudam a superar um desafio de produzir um filme com poucos recursos.

Planos futuros Luciana revelou que tem especial admiração pelo cinema brasileiro. “Morro de vontade de trabalhar como atriz no Brasil”, conta. “Foi nos EUA que a atuação cresceu para mim para se tornar uma paixão e depois profissão. Mas vejo o país crescendo e, junto com isso, sua visão artística e reconhecimento do valor cultural de filmes nacionais. Todo ano, quando visito a família, passo na FNAC com a minha listinha de DVDs nacionais que meus amigos nas artes recomendam. Gasto uma grana feliz. Tento me controlar para não assistir tudo de uma vez, mas é difícil. Seria maravilhoso voltar ao Brasil a trabalho e ficar perto da minha família, que morro de saudades todos os dias”.