Aumenta o fluxo de cubanos vindo para a Flórida

Por Gazeta News

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Mais de 20.300 cubanos sem vistos tentaram ou chegaram aos Estados Unidos durante o ano fiscal de 2014, de acordo com dados do “El Nuevo Herald”.

Esse é o maior número de imigrantes cubanos não autorizados a serem apreendidos, a chegar a praias do sul da Flórida ou a atravessar a fronteira com o México em 10 anos, segundo os dados recolhidos pelo jornal do sul da Flórida desde 2005.

Segundo os dados, o fluxo total em 2014 foi de 20.384, composto por 17.459 chegadas pela fronteira com o México, 814 desembarques em praias do sul da Flórida e 2.111 interdições no mar.

Segundo o levantamento do “Herald”, os números de partidas foram praticamente iguais aos 20 mil vistos emitidos pelo governo dos EUA para os cubanos anualmente. Imigrantes cubanos continuam chegando em números significativos aos EUA. Números do Customs and Border Protection (CBP) mostram que até agora, no ano fiscal de 2015, pelo menos 6.489 imigrantes cubanos chegaram através da fronteira mexicana. Estas chegadas foram registradas entre o dia 1º de outubro e 31 de dezembro de 2014.

Enquanto esse número parece grande, ainda é pequeno quando comparado com o dois grandes eventos do êxodo de migrantes cubanos no último século. Em 1980, mais de 125 mil cubanos chegaram aos EUA e em 1994, foram mais de 37 mil.

Motivos Enquanto muitos cubanos citam a falta de um futuro promissor como a razão do abandono, nas últimas semanas, alguns imigrantes também citaram o medo que a lei do Ajuste Cubano de 1966, que permite que os refugiados da ilha consigam a permissão de ficar nos EUA, chegue ao fim. Com o anúncio do presidente Barack Obama no dia 17 de dezembro sobre o restabelecimento das relações diplomáticas com Havana, o medo se espalhou entre os cubanos, disse o “Herald”.

Isso tem estimulado muitos cubanos que haviam contemplado a ideia a partirem o mais rápido possível. Esse é o caso de Luis Alberto, um imigrante cubano de 30 anos que chegou com um grupo através da fronteira com o México no dia 3 de janeiro. “Estávamos no Panamá quando ouvimos sobre o anúncio e resolvemos nos apressar para não ficarmos de fora”.

A Guarda Costeira dos EUA intensificou o patrulhamento do Estreito da Flórida depois de notar um aumento no fluxo de imigrantes cubano após o anúncio presidencial. Isso fez com que fizesse um anúncio reafirmando que a política dos EUA em relaçào a Cuba permanece inalterada mesmo com o anúncio de Obama.

“O recente anúncio do governo sobre Cuba não afeta as políticas de imigração, incluindo a Lei de Ajuste Cubano – algo que só o Congresso pode fazer”. Disse Jake Korn, comandante do 7º distrito da Guarda Costeira, em um comunicado.

Quando os enviados dos EUA se reuniram com funcionários cubanos em Havana há duas semanas, eles também deixaram claro que não haverá mudança na Lei de Ajuste Cubano. Depois disso, a Guarda Costeira disse, no dia 30, que viu uma desaceleração no fluxo de imigrantes cubanos nas últimas duas semanas.