Aumenta número de bebês com citomegalovírus nos EUA

Por Gazeta News

[caption id="attachment_96245" align="alignleft" width="254"] A preocupação dos médicos é o vírus se espalhando mais rápido. Foto: Creative Commons[/caption] Antes do surto de zika vírus, a maior parte dos casos de microcefalia e surdez no mundo eram causados pelo citomegalovírus, que recentemente voltou a causar alertas da comunidade médica internacional. "Enquanto todos se preocupam com os bebês infectados pelo zika, com razão, há outra infecção viral que causa milhares de malformações congênitas nos Estados Unidos a cada ano", disse ao jornal "The New York Times" o médico Mark Schleiss, diretor de doenças infecciosas pediátricas da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota. Nos Estados Unidos, entre 20 mil e 40 mil bebês nascem com CMV a cada ano. Pelo menos 20% deles, cerca de 8 mil, possuem ou desenvolvem problemas permanentes como microcefalia, surdez e deficiência intelectual.Não há dados precisos sobre o Brasil. Também faltam números precisos sobre a prevalência do vírus no mundo, mas calcula-se que a incidência da infecção congênita por CMV fique entre 1% e 5% dos nascimentos, de acordo com um estudo feito em 2013 na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul. Considerada uma infecção sexualmente transmissível, O CMV pertence à família dos vírus da herpes. Ele se propaga nos fluidos corporais como saliva, urina, lágrimas e leite materno e pode ser transmitido até pelo contato próximo com crianças pequenas infectadas para, por exemplo, trocar suas fraldas. O vírus também é transmitido através do beijo e das relações sexuais. Uma vez que ele está no organismo, fica ali por toda a vida e pode ser reativado. O portador não ficará doente outra vez, mas pode passar a infecção adiante. Sintomas Os sintomas de citomegalovírus na gravidez podem ser axilas inchadas e doloridas, dor muscular e febre acima de 38º C. Contudo, a maioria das grávidas não apresenta nenhum sintoma e a infecção só é diagnosticada no exame de sangue de rotina. Diagnóstico Um exame de sangue CMV durante a gestação pode diagnosticar o citomegalovírus. Os resultados descrevem a situação do vírus no organismo: IgM não reagente ou negativo e IgG reagente ou positivo: a mulher já teve o contato com o vírus há mais tempo e o risco de transmissão é mínimo. IgM reagente ou positivo e IgG não reagente ou negativo: infecção aguda pelo citomegalovírus, é mais preocupante, o médico deverá orientar. IgM e IgG reagentes ou positivos: deve ser realizado um teste de avidez. Caso o teste seja inferior a 30%, há maior risco de infecção do bebê durante a gravidez. IgM e IgG não reagentes ou negativos: nunca houve contato com o vírus e, por isso, deve-se evitar qualquer tipo de contato. Quando existe suspeita de infecção no bebê, pode ser retirada uma amostra de líquido amniótico para avaliar a presença do vírus. Porém, segundo o Ministério da Saúde, o exame no bebê só deve ser feito depois dos 5 meses de gravidez e 5 semanas após a infecção da gestante. Tratamento O tratamento para citomegalovírus na gravidez pode ser feito com ingestão de remédios antivirais, como Aciclovir, ou injeção de imunoglobulinas, receitados pelo obstetra para evitar a transmissão para o bebê. Durante o tratamento para citomegalovírus na gestação, o médico deve realizar exames regulares para acompanhar o desenvolvimento do bebê. Com informações do The New York Times e BBC Brasil.