Aumento do emprego nos EUA desaponta em maio

Por Gazeta Admininstrator

Os empregadores norte-americanos contrataram apenas 78 mil novos trabalhadores no mês passado, o crescimento mais fraco do emprego em 21 meses, informou nesta sexta-feira o governo dos Estados Unidos em um relatório. Os dados levantaram temores de desaceleração da economia.

O desapontador crescimento do emprego -- menos da metade do que os analistas tinham previsto -- impulsionou fortemente os preços dos títulos de dívida e causou um breve surto de vendas de dólar. Os operadores imaginavam que o Federal Reserve pode terminar em breve sua série de aumentos da taxa de juros.

A notícia, no entanto, não foi inteiramente negativa, uma vez que a taxa de desemprego em maio recuou para 5,1 por cento. Esse é o nível mais baixo desde setembro de 2001. Em abril, a taxa era de 5,2 por cento.

"A criação de postos de trabalho continuou a crescer no mês em serviços de saúde e construção, mas sofreu pouca alteração em outros grandes setores da indústria", informou o Departamento do Trabalho.

Foi o crescimento mais fraco de postos de trabalho fora do setor agrícola desde agosto de 2003, quando apenas 2 mil vagas foram abertas. O número ficou bem abaixo das expectativas de Wall Street de 185 mil novos empregos e do dado de abril, quando foram criados 274 mil postos de trabalho.

"O relatório é moderado -- não é terrível", disse o economista sênior do JP Morgan, James Glassman. "Não tem nada de errado com a economia. O que se confirma é que a economia não está fora de controle."

Ainda assim, alguns analistas dizem que o Fed pode interromper os aumentos de 0,25 ponto percentual depois de sua reunião de 29 e 30 de junho.

"Para o Federal Reserve, ele (o relatório de empregos) coloca outro dado no quebra-cabeça econômico ", afirmou a economista-chefe do Banc of America Capital Management em Boston, Lynn Reaser. "Eles vão manter a estratégia de elevar os juros no fim de junho, mas vão olhar para os dados cuidadosamente nas (próximas) semanas."

O relatório derrubou o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos ao nível mais baixo em 14 meses.

Os postos de trabalho em fábricas caíram em 7 mil em maio, o terceiro recuo seguido.

A fraqueza no setor de manufaturas levantou temores de uma desaceleração mais ampla, embora alguns economistas achem que o retrocesso no setor industrial simplesmente reflete um esforço temporário para diminuir os estoques.

As empresas de construção contrataram mais 20 mil trabalhadores. Os postos de trabalho no setor de saúde subiram 26 mil, com os empregos concentrados em consultórios médicos e hospitais.