Autoridades se preocupam com falta de preparo após 10 anos sem furacões na Flórida

Por Gazeta News

furacões

A última vez que a Flórida enfrentou um furacão foi há uma década. Desde então, a população do estado cresceu em 2.5 milhões. Muitos dos novatos no estado podem estar despreparados com os ventos e alagamentos que vêm com uma tempestade e com os preparativos, como tampar as janelas e evacuar suas casas. Isso é algo que tem preocupado autoridades.

“Vai haver pessoas que se mudaram para o estado e não saberá o que fazer e como se preparar bem para um furacão”, disse David Nolan, presidente do Department of Atmospheric Sciences da Rosenstiel School of Marine and Atmospheric Science, da Universidade de Miami.

Aqueles que já passaram por um furacão podem ter se esquecido como se preparar ou podem ser complacentes, disse ele.

O último furacão a atingir Flórida foi Wilma, em 2005. A tempestade matou 25 pessoas, deixou a maior parte do sul da Flórida sem eletricidade e deixou um rastro de destruição nos condados de Broward, Miami-Dade e Palm Beach.

A temporada de furacões no Atlântico de 2005 foi o mais destrutivo para os Estados Unidos, em grande parte por causa do furacão Katrina dois meses antes, de acordo com o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). Somente o Katrina causou $151 bilhões em danos e matou 1.833 pessoas. Ao todo, sete tempestades nomeadas atingiram os EUA em 2005, e oito no ano anterior.

Calmaria depois das tempestades?

Por que houve uma enxurrada de tempestades na Flórida e, em seguida, nenhuma? "Eu não acho que alguém pode dar uma resposta específica para isso", disse Nolan. "A atividade do furacão foi muito reduzida nos últimos 10 anos".

Os furacões são muito incomuns, então 10 anos sem um não é estranho, disse ele. A Flórida teve um longo período de baixa atividade de furacões nos anos 1970 e 1980 até que o furacão Andrew atingiu o estado, em 1992, destruindo casas e derrubando postes de energia a de Fort Lauderdale à região das Keys. Cinco mil pessoas ficaram desabrigadas.

O inglês Elliott Stares, de 42 anos, está entre os recém-chegados à Florida.Ele e sua esposa estão criando uma sacola de emergência caso precisem evacuar a área.

"Desde que eu estou aqui, eu tive sorte de não passar por uma tempestade como o Andrew", disse ele.

O condomínio onde ele mora tem janelas à prova de furacão e ele se sente protegido no caso de uma tempestade suave.

Temporada de 2015

O número de furacões previstos para a temporada do Atlântico de 2015, que começou no dia 1º de junho e vai até 30 de novembro, provavelmente será abaixo do normal, disse o NOAA. El Niño, o aquecimento do Oceano Pacífico tropical oriental, será o principal fator na supressão tempestades.

Mas autoridades advertem que uma temporada abaixo do normal ainda pode ser devastadora, a exemplo de 1992, quando apenas sete tempestades nomeadas se formaram, mas o primeiro foi Andrew, um furacão de categoria 5. As tempestades de categoria 5 - a classificação mais poderosa - têm ventos com velocidades sustentadas a 157 milhas por hora ou mais e causam danos catastróficos.

A partir desta temporada de furacões, o National Hurricane Center irá introduzir um novo gráfico especificamente para tempestades, além do já existente que calcula a velocidade do vento. O gráfico complementa um mapa mostrando o potencial de inundações, lançado durante o furacão Arthur ano passado, que mostra onde a inundação pode ocorrer e a elevação que poderá atingir.

Um aumento do nível do mar é muitas vezes a maior ameaça. Pode ocorrer em mais lugares do que os ventos de um furacão e bem longe da costa, podendo exigir evacuação.

Uma pesquisa recente mostrou que surtos de tempestades são os assassinos primários durante furacões, mas outra pesquisa mostra que o público acredita o contrário. O público pensa que os ventos do furacão são o maior perigo, mas a água é a que mais causa mortes ocasionadas pelas tempestades.

"Eu garanto a você que a calmaria vai acabar", disse Dennis Feltgen, porta-voz do Centro Nacional de Furacões em Miami. "E nós temos que entrar em 2015 assumindo que ela vai terminar este ano". Fonte: NBC Miami.

Prepare-se

A preparação para situações de emergência é apontada por especialistas como fundamental para reduzir os efeitos trágicos dos furacões.

- Trace um plano de evacuação para todos em sua casa, incluindo os animais de estimação (que precisam ser registrados no Humane Society de seu condado).

- Informe-se quais são os shelters (abrigos) em sua região, que podem ser escolas, abrigos da Cruz Vermelha, ou abrigos que aceitam animais.

- Em caso de previsão de furacão, abasteça seu carro e tenha a manutenção em dia.

Kit

- Deixe um kit de furacões preparado: se você precisar evacuar, não terá tempo de se preparar na hora. No kit, você precisa ter água de garrafa (em média um galão por dia por pessoa por 72 horas), comida não perecível para 72 horas, como enlatados, em caso de perda da eletricidade e prefira comidas que não deem sede. Recomenda-se ter um rádio a pilha para ouvir as previsões, lanterna com bateria extra, kit de primeiros socorros, um apito para sinalizar pedido de ajuda, duct tape, sacos de lixo, lenços umedecidos, um abridor de latas que não seja elétrico, mapas locais.

Não esqueça também de ter medicamentos de prescrição prontos, óculos, fórmula para crianças e fraldas, comida para seus animais de estimação, documentos importantes, como cópia de seguro, identidade e informações de conta bancária em um plástico à prova d’água. Tenha uma muda de roupa, cobertor, um extintor de incêndio, itens de higiene.

Preparando sua casa

- Coloque proteções nas janelas

- Em caso de tempestades, tire objetos da área externa que podem voar, como cadeiras de jardim.

- Caso tenha que evacuar, desligue a água e eletricidade no quadro de força.

- Cuidado com velas, por causa de incêndios. Faça uso de lanternas.

- Encha a banheira com água para usar para a descarga, etc.