Autorização de trabalho a estrangeiros cresce 24%; americanos lideram

Por Gazeta News

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A fama de país com economia forte tem voltado os olhares de muitos estrangeiros para o Brasil. O volume de autorizações de trabalho de estrangeiros no país subiu 24% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2011, segundo dados divulgados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

De acordo com o levantamento, 32.913 profissionais obtiveram permissão para atuar em território brasileiro, das quais 29.065 são temporárias e 3.848 permanentes. De janeiro a junho de 2011, o total foi de 26.545 concessões, conforme a Coordenação Geral de Imigração (Cgig) do Ministério.

O coordenador-geral de Imigração do MTE, Paulo Sérgio de Almeida, explicou em comunicado divulgado pelo órgão que, das autorizações permanentes, 2.608 foram dadas em caráter humanitário, sendo 2.154 a haitianos.

O trabalho a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira continua absorvendo a maioria dos estrangeiros temporários, conforme o Ministério. Foram 8.257 na primeira metade do ano.

Outras 6.713 autorizações estão ligadas à assistência técnica por prazo de até 90 dias (sem vínculo empregatício); 5.696 à artista ou desportista; 3.471 referem-se à assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia (sem vínculo empregatício); 2.597 especialistas com vínculo empregatício; e 1.724 marítimos estrangeiros empregados a bordo de embarcações de turismo estrangeiras que operem em águas brasileiras.

Americanos O MTE identificou que os trabalhadores dos Estados Unidos respondem pelo maior volume de autorizações concedidas de janeiro a junho, um total de 4.539 autorizações. Em seguida, o Brasil concedeu mais vistos para trabalhadores das Filipinas (2.299) e do Reino Unido (2.036). “A vinda de trabalhadores dos Estados Unidos está relacionada aos investimentos feitos pelas empresas e também porque a maior parte de artistas que vem ao Brasil é daquele país”, comentou Almeida, no documento.

Os estados que mais receberam trabalhadores estrangeiros no primeiro semestre de 2012 foram Rio de Janeiro (11.896) e São Paulo (10.943). Conforme o coordenador, a predominância fluminense está ligada com a indústria do petróleo instalada no Estado.

Investimentos Os 490 investidores pessoa física que conseguiram autorização para trabalhar no País trouxeram, conforme o MTE, R$ 107,8 milhões. Esses profissionais são considerados pequenos empresários e precisam obedecer à exigência do governo de trazer recursos próprios para abertura de negócio e estabelecimento no País.

De acordo com o levantamento, os italianos foram os que mais direcionaram recursos (R$ 25,5 milhões), seguidos por portugueses (R$ 25,3 milhões) e chineses (R$ 11,4 milhões). Essas aplicações tiveram como principais destinos São Paulo (R$ 29,1 milhões), Rio Grande do Norte e Bahia - os dois Estados com R$ 19,5 milhões cada. As informações são do “Estadão”.

Haitianos que entraram por meio de fronteira receberam documentos O número de haitianos com autorização para trabalhar no Brasil cresceu quase cinco vezes, comparados aos primeiros semestres de 2011 e de 2012. Foram 441 pessoas no ano passado, ante 2,3 mil neste ano. De acordo com o presidente da coordenação de imigração, Paulo Sérgio de Almeida, em janeiro deste ano todos haitianos que entraram no Brasil por meio de fronteira receberam documentos para permanecer no país e trabalhar legalmente. Com o visto em mãos, os haitianos tiraram CPF temporário e Carteira de Trabalho. O Acre e o Amazonas são a porta de entrada de haitianos no Brasil. Em 2012, mais de 1,3 mil entraram pelo Amazonas e 930 pelo Acre – o que corresponde a 96,4% do total. Muitos procuram outros estados para morar e trabalhar. Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nílson Mourão, eles partem para Rondônia, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Atualmente, há uma comunidade de 20 haitianos em Brasiléia (AC), onde outros 60 foram detidos, por falta de documentação. Na fronteira do Brasil com o Peru, em Iñapari, há mais de 100.