Avião que deportava mãe e filha volta para os EUA

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_170849" align="alignleft" width="220"] Juiz Emmet Sullivan, da Corte de Washington. Foto: wikipedia.[/caption] Um avião transportando mãe e filha que estavam sendo deportadas para El-Salvador voltou para os Estados Unidos após ordem de um juiz de Washington. A aeronave chegou a aterrissar em El Salvador na última quinta-feira, 8, mas as duas não desembarcaram e foram trazidas de volta. Mãe e filha estão com pedido de asilo pendente no tribunal e o juiz Emmet Sullivan soube que estavam sendo deportadas durante a audiência. Sullivan então ordenou que elas fossem trazidas de volta e bloqueou o governo Trump de deportar os requerentes de asilo em casos que estão sendo julgados. Além disso, o juiz ameaçou o Procurador -Geral, Jeff Sessions, caso as duas não retornassem. "Isso é um absurdo", disse o juiz distrital dos EUA, Emmet G. Sullivan, após ter sido informado sobre a remoção. "Alguém que busca justiça na corte dos Estados Unidos é levado embora enquanto seus advogados estão pedindo justiça para ela?" "Eu não estou feliz com isso", continuou o juiz durante a audiência. "Isto não é aceitável." Mãe e filha fazem fazem parte de um grupo cujo processo foi aberto esta semana pela American Civil Liberties Union quedesafia uma recente mudança de política por parte do Departamento de Justiça. Juiz suspende deportação de equatoriano preso ao entregar pizza em base militar de NY A mudança visa acelerar a remoção de solicitantes de asilo que não conseguem provar seus casos e exclui a violência doméstica e de gangues como justificativas para a concessão de asilo nos Estados Unidos. Ainda durante a audiência, uma porta-voz da Alfândega e Imigração dos EUA, que implementa deportações, não respondeu às perguntas sobre por que Carmen e sua filha foram removidas do país. "Em conformidade com a ordem do tribunal, na chegada a El Salvador, as requerentes não desembarcaram e foram prontamente devolvidas aos Estados Unidos", disse uma autoridade do Departamento de Segurança Interna dos EUA na noite de quinta-feira. Busca de asilo nos EUA De acordo com os documentos do tribunal, a mulher identificada como Carmen, fugiu de El Salvador com a filha em junho, temendo que fossem mortos por membros de gangues que exigiram que ela os pagasse a cada mês ou sofresse consequências. Vários colegas de trabalho na fábrica onde Carmen trabalhava foram assassinados e o marido dela também é abusivo, afirmam os registros. Sob o sistema de remoção acelerada, criado em 1996, os requerentes de asilo são entrevistados para determinar se eles têm um "medo crível" de voltar para casa. Aqueles que passam recebem uma audiência completa no tribunal de imigração. No entanto, em junho, Jeff Sessions reviu um processo do Tribunal de Recursos de Imigração de 2016 que concedeu asilo a uma mulher vítima de abuso de El Salvador. Como parte dessa decisão, Sessions disse que gangues e violência doméstica na maioria dos casos não seriam mais motivo para receber asilo. "O simples fato de que um país pode ter problemas para policiar efetivamente certos crimes - como violência doméstica ou violência de gangues - ou que certas populações são mais propensas a serem vítimas de crime, não pode estabelecer um pedido de asilo", escreveu Sessions na época. O processo da ACLU foi aberto em nome de 12 migrantes de Honduras, El Salvador e Guatemala - três deles crianças - todos os quais falharam em sua “credibilidade inicial”. Com informações do Washington Post. Leia também Imigrantes correm o risco de deportação após fraude para Green Card